Até ao arranque desta edição do NOS Alive quais eram as suas expetativas?
A maior expetativa era que o NOS Alive acontecesse. Fazemos parte de uma classe profissional e empresarial em que nos foi dito que não podíamos trabalhar. Estivemos nesta agonia permanente de pensar é para o ano que se faz, é para o ano. Finalmente estamos a abrir portas e é uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo de alegria. Temos um problema na cultura que é todas as pessoas que trabalham neste setor gostam daquilo que fazem. Infelizmente não é assim em todos os setores. Voltar a isto é um momento muito especial, em que, parece que já foi há muito tempo, mas parece também que foi ontem. Estamos com uma expetativa muito alta de ver toda a gente junta a circular no recinto.
Qual o impacto económico do festival?
Quando fazemos edições de três dias o impacto económico estava avaliado em 60 milhões de euros. Agora são quatro, vamos ver. Vamos fazer um estudo com a Universidade NOVA para saber, mas diria que será em torno dos 70 milhões.
Ao longo dos quatro dias quantas pessoas são esperadas?
Estamos quase a esgotar um terceiro dia, já há dois esgotados. A nossa expetativa é ter 45 mil no primeiro dia e 55 mil nos últimos três. Serão 210 mil espetadores no total dos quatro dias, sem contar com as pessoas que estão a trabalhar que, em média por dia, ronda as seis mil entre polícias, bombeiros, apoios, caterings, comitivas de artistas.
E qual o investimento canalizado?
O nosso investimento, direto da organização, são 12 milhões de euros, isto sem contar com as ativações, campanhas, criação dos stands de cada marca presente. Eventualmente será entre 24 e 25 milhões de euros. O regresso da Heineken ao palco é bom porque é ter uma estrela vermelha no festival. Ter uma marca internacional é bom porque também traz a notoriedade internacional.
Esta edição apresenta um cartaz bem recheado…
Sim. Vamos ter um número enormíssimo de grandes concertos e de atuações e também temos comédia. É um privilegio trabalhar e organizar um festival desta dimensão, com esta grandeza não só pela quantidade de público que vem, mas pela quantidade imensa de artistas de primeiríssima água que participam.
O festival também já recebe espetadores estrangeiros. Quais as nacionalidades presentes este ano?
Os últimos dados indicavam que, até agora, incluindo a portuguesa, temos 96 nacionalidades e 25 mil unique visitors. Temos um mix de 70 mil portugueses unique visitors e 25 mil estrangeiros. Vendemos o NOS Alive como o único festival do mundo onde se podem fazer quatro coisas diferentes num só dia: de manhã pode-se ir surfar ou ir à praia, à hora do almoço pode-se experienciar a gastronomia portuguesa ou visitar algum património da região de Lisboa, a música só começa às 17h e os mais afoitos ainda podem ir para a noite. É uma coisa única. E sob o ponto de vista económico também tem impacto muito interessante. Fizemos dois estudos há sete anos sobre os nossos visitantes, em que se concluiu que 80% dos estrangeiros ficavam cinco dias ou mais, considerando que a média que um turista dica em Portugal são 2,4 dias, estes cinco dias ou mais significa que é um contributo importante do ponto de vista económico ao se conseguir que as pessoas fiquem mais tempo.