A Iberdrola obteve a licença ambiental para construir em Portugal o maior projeto fotovoltaico da Europa e o quinto maior do mundo.
Com 1.200 megawatts (MW) de capacidade instalada, ficará no concelho de Santiago de Cacém, perto de Sines, e terá como parceira a Prosolia Energy.
Em 2025, quando entrar em funcionamento, a central Fernando Pessoa, assim chamada em homenagem ao poeta, fornecerá energia limpa, barata e de produção local suficiente para responder às necessidades anuais de cerca de 430 mil residências, uma população equivalente a quase duas vezes a cidade do Porto.
A instalação, cuja ligação à rede já está contratada com a operadora portuguesa REN, evitará o consumo de 370 milhões de metros cúbicos de gás por ano, volume necessário para produzir a mesma quantidade de energia em ciclo combinado.
O terreno que albergará o projeto está já assegurado e a construção gerará até 2.500 empregos, a maioria desempenhados por trabalhadores locais.
“A central será um exemplo de convivência de novos empreendimentos renováveis com o património ambiental e as comunidades locais. O projeto contempla um Programa de Ações Socioeconómicas, que inclui medidas como a formação profissional na área da energia ou o apoio ao setor do turismo, para além do fornecimento de energia solar às comunidades próximas”, refere a empresa.
Investimentos em Portugal
A Iberdrola prevê investir mais 3 mil milhões de euros em energia eólica e solar em Portugal nos próximos anos.
No final do ano, ficou concluída a construção do complexo solar de Alcochete (46 MW), em Setúbal, distrito onde a empresa concluiu ainda outros dois parques fotovoltaicos: Conde (13,5 MW) e Algeruz II (27 MW).
A construção dos projetos Montechoro I e II, de 37 MW, em Paderne (Albufeira) e do projeto Carregado, de 64 MW, em Alenquer (Lisboa), arrancará no início de 2023, enquanto a central solar de Estoi (83 MW), no Algarve, que também inclui armazenamento em bateria, ficará operacional em 2024.
A nova central fotovoltaica Fernando Pessoa vai entrar em funcionamento em 2025.
Todas as centrais resultam dos leilões que Portugal realizou em 2019 e 2020, nos quais a Iberdrola arrematou um total de oito projetos fotovoltaicos – 270 MW, sendo a vencedora por número de lotes no leilão de 2019.
No ano passado, a empresa inaugurou também no Alto Tâmega o maior aproveitamento hidroeléctrico por bombagem do país e um dos maiores acumuladores de energia da Europa.
A central Fernando Pessoa destrona as centrais Núñez de Balboa (500 MW) e Francisco Pizarro (590 MW), ambas da Iberdrola e ambas instaladas na Estremadura espanhola, as quais, em abril de 2000 e agosto de 2022, respetivamente, passaram a ser as maiores centrais fotovoltaicas europeias.
Com um investimento de 1.500 milhões de euros, possui três barragens e três centrais (Gouvães, Daivões e Alto Tâmega) e uma potência combinada de 1.158 MW. Prevê-se a construção de um parque eólico associado a esta infraestrutura, o que transformará o complexo numa central híbrida que, com os seus 400 MW de potência instalada, será um dos maiores projetos eólicos em Portugal.
A Iberdrola já opera 92 MW de energia eólica no país, distribuídos por três parques: Catefica, no concelho de Torres Vedras, com 18 MW; Alto do Monção, em Mortágua e Tondela, com 32 MW; e Serra do Alvão, em Ribeira de Pena, com 42 MW. Juntas, essas centrais produzem 200 GWh por ano, o equivalente à energia elétrica utilizada por 35 mil residências.