O CCB e o Grupo Alves Ribeiro assinaram esta terça‑feira, 15 de julho, o contrato de subcessão de direito de superfície válido por 65 anos que viabiliza a construção e exploração dos Módulos 4 e 5. A cerimónia contou com responsáveis da Fundação CCB, membros do júri do concurso internacional relançado em outubro de 2023 e administradores do grupo vencedor.
“Mais do que um projeto urbanístico, este é também um gesto de crença. De confiança no futuro de Lisboa e de Portugal”, declarou Nuno Vassallo e Silva, presidente da Fundação CCB, após firmar o acordo.
Calendário da obra
As sondagens e estudos geotécnicos começam já na próxima semana. As demolições, escavações e contenções arrancam em julho de 2026 e deverão durar cerca de 12 meses. A abertura ao público dos Módulos 4 e 5 está prevista para julho de 2029.
O que vai nascer?
Componente | Capacidade | Observações |
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Hotel | 161 quartos | Categoria 4 ★ ou superior |
Aparthotel | 126 unidades | Longa estadia |
Comércio & serviços | — | Integração urbana |
A expansão retoma o traçado fundacional desenhado no final da década de 1980 pelos arquitetos Vittorio Gregotti e Manuel Salgado, prolongando os atuais Módulos 1 (Centro de Congressos), 2 (Centro de Espetáculos) e 3 (Museu MAC/CCB).
Financiamento da programação cultural
A receita da subcessão reverterá para a programação do CCB e para reforçar a sustentabilidade financeira da fundação. Além disso, a administração realça o potencial de “sinergias comerciais” que o conjunto hotel‑aparthotel‑lojas deverá gerar.
“A nossa proposta procurou respeitar a identidade do CCB e oferecer soluções que valorizem o espaço, respondam aos desafios contemporâneos e ofereçam novas experiências a todos os públicos que aqui convergem”, afirmou Nuno Pereira de Sousa, presidente do Conselho de Administração do Grupo Alves Ribeiro.
O arquiteto Manuel Salgado, autor do plano original, sublinhou o bom estado de conservação do complexo atual e manifestou “satisfação por ver o Grupo Alves Ribeiro assumir esta fase decisiva”.
Contexto e próximos passos
O primeiro concurso para os Módulos 4 e 5 foi suspenso durante a pandemia; o procedimento relançado em 2023 destacou a proposta vencedora pela integração paisagística, viabilidade técnica e respeito pela matriz arquitetónica. Com as licenças de obra ainda por aprovar, o cronograma apresentado hoje assenta na convicção — admitida pelos promotores — de que “o país tem qualidades únicas: talento, sensibilidade, história e capacidade de reinvenção”.
Se cumprir o calendário, Lisboa ganha em 2029 um novo polo hoteleiro e comercial que pretende reforçar o caráter multifuncional do CCB — numa aposta que, nas palavras dos responsáveis, é “um ato de confiança no futuro”.