Não há dúvida alguma que os hospitais do futuro serão radicalmente diferentes daquilo que hoje conhecemos, devido às transformações tecnológicas. A pandemia de covid 19 veio acelerar, de alguma forma a aplicação da tecnologia à saúde, com o acelerar, por exemplo, das teleconsultas. Mas a transformação não passará apenas por aqui: acredita-se que a digitalização e a inteligência artificial irão otimizar a gestão hospitalar e melhorar os diagnósticos, bem como o acompanhamento dos pacientes. Porém, como alerta a multinacional tecnológica Stratesys, estas transformações prometam um sistema de saúde mais efetivo e eficiente, este setor terá de superar desafios como a escassez de profissionais e a integração dos serviços de saúde mental. O hospital do futuro será estendido à casa de cada paciente, permitindo que os serviços de saúde tenham uma gestão remota e de forma personalizada graças à tecnologia.
O principal desafio do setor da saúde vai manter-se: a escassez de profissionais e a sua formação. A digitalização e retenção de pessoal qualificado serão essenciais.
Para Eneko Sainz-Ezquerra, partner da Stratesys e responsável pelo setor de healthcare da multinacional “A saúde do futuro será um ecossistema interconectado e personalizado, onde a tecnologia avançada e a medicina de precisão se unem para fornecer cuidados de saúde mais eficazes e eficientes”. Diz ainda que “Os avanços genéticos irão permitir tratamentos inovadores que podem erradicar doenças mortais, enquanto a gestão de doenças crónicas será otimizada através da telemedicina, de forma remota. Finalmente, a possibilidade de reverter o envelhecimento celular abre uma nova fronteira na melhoria da qualidade de vida e no prolongamento da longevidade humana.”
Os especialistas desta consultora apontam o roadmap dos fatores que devem ser tidos em conta para que a transformação dos hospitais aconteça com sucesso, e alertam sobre os desafios que ainda enfrentam.
1 – Hospitais inteligentes e digitais
Os hospitais do futuro serão ambientes altamente digitais em que a Inteligência Artificial, a robotização e a Internet das Coisas (IoT) terão o papel principal. A gestão hospitalar deverá ser automatizada de forma a otimizar a eficiência operacional e assim reduzir os custos associados à saúde. A IA irá permitir analisar grandes volume de dados clínicos, permitindo diagnósticos mais rápidos e precisos e a IoT irá permitir a conetividade de dispositivos médicos, facilitando a monitorização remota dos doentes. A tecnologia 6G permitirá intervenções cirúrgicas, sem erros de comunicação, com os melhores médicos, independentemente do local onde estejam.
2 – Atendimento personalizado e medicina on-demand
Perspectiva-se que o atendimento ao cliente seja totalmente personalizado, uma abordagem que se concentrará em tratamentos específicos com base nas características genéticas de cada paciente, uma vez que a sequenciação do genoma e a medicina de precisão permitirão identificar as suscetibilidades genéticas às doenças.
3 – Avanços genéticos e terapias inovadoras
A próxima década trará avanços significativos na área da genética, sobretudo no que diz respeitos a terapias genéticas. Tecnologias como a CRISPR-Cas9 vão permitir modificações no ADN, corrigindo mutações genéticas responsáveis por doenças hereditárias e eliminar doenças fatais, permitindo aumentar a qualidade de vida dos doentes. Espera-se que as doenças raras possam assim ser tratadas.
4 – Tratamento de doenças crónicas
Também haverá uma evolução para pacientes com doenças crónicas, semi-crónicas e poli-doenças, para as quais a telemedicina e a gestão remota serão fundamentais. Desta forma, os doentes poderão realizar procedimento em casa, reduzindo a necessidade de visitas frequentes ao hospital.
5 – Os principais desafios a enfrentar
O principal desafio do setor da saúde vai manter-se: a escassez de profissionais e a sua formação. A digitalização e retenção de pessoal qualificado serão essenciais para lidar com a crescente procura de serviços, que deverão ser digitalizados e redimensionados para responder à procura crescente. Será igualmente um desafio o tratamento das doenças mentais, e os hospitais do futuro deverão integrar serviços de saúde mental mais robustos e acessíveis, utilizando tecnologias como telepsiquiatria e plataformas digitais de apoio.