O banqueiro português e atual chairman do Credit Suisse, António Horta Osório, integra a lista de personalidades que vai receber o grau de cavaleiro da Ordem do Império britânico. Na lista divulgada pelo governo britânico pode ler-se que a monarca britânica reconheceu o serviço importante do gestor “para os contribuintes do Reino Unido nos últimos dez anos, liderando o Lloyds Banking Group da beira do colapso de volta à lucratividade”.
É ainda destacado o esforço de António Horta Osório em colocar o cliente no centro das preocupações do Lloyds, a criação de uma cultura de maior equidade e responsabilidade social e também a promoção de minorias e das mulheres para cargos de administração.
O gestor foi responsável pelo processo de reprivatização do banco inglês que esteve intervencionado pelo Estado depois da crise financeira de 2008. A nota de reconhecimento do português realça “o progresso que ele impulsionou no banco permitiu ao Ministério das Finanças restituir o banco totalmente ao setor privado, devolvendo 21,2 mil milhões de libras (24,7 mil milhões de euros) ao contribuinte: 900 milhões de libras (1.050 mil milhões de euros) a mais do que o originalmente investido”.
António Horta-Osório já reagiu à condecoração afirmando estar “profundamente honrado em receber uma distinção tão prestigiosa”. E sublinhou que “passei mais da metade da minha vida profissional no Reino Unido e foi um grande privilégio ter liderado o Lloyds Banking Group por uma década”. Apesar de realçar que este é um reconhecimento pessoal, destaca que “gostaria de pensar que reflete os esforços de muitos milhares de colegas”.
A carreira de Horta Osório na banca começou no Citibank, em 1987, seguindo a Goldman Sachs, em Nova Iorque e Londres. Em 1993 ganhou destaque quando foi convidado por Emilio Botín para o Santander. Criou o Banco Santander de Negócios Portugal e tornou-se vice-presidente executivo do grupo Santander em 1999. A convite do Governo inglês e do ministro das Finanças, George Osborne assumiu, em março de 2011, a liderança do Lloyds Bank com a missão de o recuperar o banco depois da aquisição pelo Lloyds do HBOS (outro banco britânico), e que levou à entrada do Estado no capital.
O gestor integrou recentemente o conselho de administração da farmacêutica portuguesa BIAL.
Esta não é a primeira vez que um português recebe a distinção mais alta da Ordem do Império Britânico. Em 2010 foi atribuído o título de Dama à pintora Paula Rego.
Esta distinção foi anunciada na Lista de Condecorações anuais atribuídas pelo aniversário oficial de Isabel II, celebrado a 11 de junho, apesar de ter completado os 95 anos em 21 de abril. Nesta lista são distinguidas dezenas de pessoas por recomendação do Governo.
Além de Horta Osório, é reconhecido o trabalho de cientistas como Andrew Pollard, da Universidade de Oxford, e Sarah Gilbert, pela participação no desenvolvimento da vacina da AstraZeneca contra o coronavírus. Entre os profissionais distinguidos estão pessoas desde o setor da saúde, políticos, artistas, desportistas ou cidadãos que prestaram serviço à comunidade. O nome do banqueiro consta da lista de quem vai agora receber esta honra.