Esta semana não podia ter corrido melhor para a equipa feminina de futebol do Benfica. O momento histórico aconteceu em campo – ou em dois campos. O Benfica jogou contra o Rosengard, em Malmö, para lutar por um lugar nos quartos de final da Liga dos Campeões. O empate a duas bolas fez com que o destino da equipa ficasse dependente do outro jogo do grupo, entre o Barcelona e o Eintracht Frankfurt. Com golos de Patri Guijarro, aos 19 minutos, e da norueguesa Caroline Graham Hansen, aos 73, as espanholas venceram por 2-0 e o Benfica tornou-se a primeira equipa portuguesa a superar a fase de grupos da Champions.
Em Malmö, Jéssica Silva, aos 52 minutos, e a canadiana Marie Alidou, aos 57, apontaram os golos da formação ‘encarnada’, enquanto Olívia Schough, aos 13, e a japonesa Mia Kadowaki, aos 82, marcaram para as anfitriãs.
“Foi um jogo difícil para a nossa equipa, até porque tivemos de alterar a equipa durante o próprio jogo. Tal como já estávamos à espera, uma equipa que se apresentou de forma diferente do jogo da primeira volta. Um novo treinador, novas dinâmicas, novos princípios. Tivemos de nos adaptar, daí também termos entrado melhor na segunda parte do que na primeira. Conseguimos virar o resultado, mas não tivemos maturidade de gerir o jogo quando estávamos a ganhar por 2-1. Mas, repito, estou contente com a resposta que a equipa deu”, afirmou a treinadora Filipa Patão, no final da partida, ainda sem conhecer o destino final da equipa.
O que se seguiu o público só acompanhou pelas redes sociais: A festa de mais uma página histórica para o futebol português.
O sorteio que vai determinar o caminho até à final de Bilbau será realizado no próximo dia 6 de fevereiro, mas, antes, o Benfica vai disputar o último jogo do Grupo A com a receção ao líder Barcelona, que venceu os cinco jogos que disputou. O duelo está marcado para 31 de janeiro.
Mas o apuramento não foi o único momento que marcou a semana. A Deloitte publicou a edição de 2024 da lista de 15 clubes que geraram maior receita no futebol feminino. O Benfica está entre os clubes citados.
Segundo o estudo, “os resultados revelam um aumento significativo das receitas e demonstram os progressos que estão a ser feitos para profissionalizar os clubes femininos que jogam nos escalões superiores do futebol europeu”. Ainda que em Portugal a profissionalização da liga não seja uma realidade.
Em 2022/23, a receita média gerada pelas 15 das equipas femininas que mais geraram receitas no futebol europeu foi de 4,3 milhões de euros. Este valor representa um aumento de 61% em relação às receitas médias de 2021/22. Em média, a receita comercial representou 58% da receita total de 14 clubes, seguida pelos ganhos durante a jornada de jogos (22%) e direitos de transmissão televisivos (20%).
A liderar a lista está o Barcelona, com 13,4 milhões de euros, seguido do Manchester United (8 milhões de euros) e do Real Madrid (7,4 milhões de euros). O Benfica surge na 12.ª posição, com um total de 1,5 milhões de euros. Desse valor, a grande maioria (1 milhão) tem origem nos direitos de transmissão.