Ethic, uma gestora de ativos de fintech com enfoque em soluções alinhadas em princípios ESG (Environmental, Social and Corporate Governance – Governança Corporativa Ambiental e Social), anunciou que o Príncipe Harry e Meghan Markle, a Duquesa de Sussex, são agora “parceiros de impacto” na empresa, num esforço para chamar mais atenção para o investimento sustentável.
O casal investiu na Ethic no início deste ano. “Trabalhando juntos, esperamos informar, educar e inspirar uma ampla ação em torno de algumas das questões mais significativas e definidoras de nosso tempo”, declarou a empresa, sedeada em Nova Iorque, no seu comunicado à imprensa.
Não está totalmente claro o que é que o casal fará na sua nova função na Ethic. Harry e Meghan disseram à Dealbook que esperavam que o seu envolvimento como parceiros de impacto “ajudasse a democratizar o investimento, tornando as pessoas mais convictas nas suas escolhas e conscientes no investimento em empresas sustentáveis”.
Promover ideia de investimento em ESG
Ou seja, o seu envolvimento implicará algum tipo de papel de embaixadores, com o intuito de promoverem a ideia de investimento em ESG.
Embora o valor do investimento de Harry e Meghan na Ethic seja desconhecido, as indicações são de que possa rondar os dois milhões de dólares, cerca de 1,7 milhões de euros.
A Ethic foi fundada em 2015 para ajudar os utilizadores a identificar e a gerir facilmente os seus investimentos ESG. A empresa foca-se principalmente em consultores de património nos Estados Unidos que administram dinheiro para clientes individuais. No ano passado, a Ethic triplicou os seus ativos sob gestão, atingindo mais de mil milhões de dólares, algo como 860 milhões de euros.
A empresa administra um total de 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) entre menos de 1.000 clientes, ainda que a Ethic não tenha respondido às solicitações da Forbes para confirmar estas cifras.
Tópicos que mais merecem a escolha dos investidores
A Ethic investe de acordo com as preferências de cada cliente. Entre as 19 questões que os novos investidores escolhem ao se inscrever estão aspetos como “bem-estar animal”, “mudança climática”, “justiça LGBTQ” e “diversidade e inclusão corporativa”.
“Oferecemos conteúdo educacional para que os consultores possam conversar sobre questões de sustentabilidade e usar [a nossa] tecnologia para fazer verificações de integridade em portfólios existentes”, referiu Doug Scott, CEO e cofundador da Ethic, numa entrevista à Forbes em março.
O investimento em ESG tem sido uma tendência, indo para além de figuras de destaque como Harry e Meghan. Uma pesquisa realizada pela Ernst & Young, em 2020, indica que quase metade dos investidores está a apostar atualmente em produtos ESG, quase o dobro do nível do ano anterior. A pesquisa também refere, todavia, que os gestores alternativos não estão a acompanhar o ritmo desta procura, embora 88% dos entrevistados desejem que os seus gestores de ativos incorporem ESG nas suas opções de investimento.
Uma pesquisa realizada pela Ernst & Young, em 2020, indica que quase metade dos investidores está a apostar atualmente em produtos ESG, quase o dobro do nível do ano anterior.
Scott vê isso como uma oportunidade de crescimento à medida que os investidores fazem a transição dos gestores de ativos tradicionais. “É daí que vemos principalmente um grande crescimento, porque as pessoas desejam alcançar algo que seja personalizado, não apenas disponível na prateleira”, disse Scott.
Curiosamente – ou talvez não, dada a herança que Trump deixou – as questões ESG, apesar de parecerem de evidente adesão a qualquer cidadão, encontram ainda um público muito cético nos Estados Unidos. A campanha de Harry e Meghan junto da Ethic pode, por isso, ter a vantagem de poder ajudar a convencer mais investidores a pensar sobre fatores ESG ao investirem em empresas e fundos, ou, pelo menos, em colocar na agenda o tema da crise climática.