Num mundo cada vez mais conectado, já não serão muitas as casas que não tenham pelo menos um dispositivo inteligente. A previsão da International Data Corporation (IDC) indica que, até 2025, o mercado de dispositivos com Internet of Things (IoT) a nível mundial vai crescer a dois dígitos, atingindo os 1,4 mil milhões de aparelhos.
“Apesar destes gadgets trazerem muito conforto às nossas vidas, são também multiplicadores de risco e de possíveis pontos de acesso para hackers roubarem informação sensível e pessoal”, refere a Check Point Software, fornecedor de soluções de cibersegurança.
Uma investigação da Which?, organização de defesa de consumidores britânica, afirma que, em média, casas com dispositivos inteligentes estão vulneráveis a 12.000 ataques de hacking de todo o mundo no espaço de apenas uma semana.
A Check Point Software realça que a dimensão do problema agrava-se quando consideramos as histórias que se divulgam sobre dispositivos que ouvem as conversas privadas dos utilizadores e hackers que utilizam gadgets com câmara para aceder ao vivo às imagens das casas das vítimas.
“Além disso, não esqueçamos a possibilidade de os hackers beneficiarem ainda da transição geral para o trabalho remoto, aproveitando-se de dispositivos empresariais desprotegidos que estão conectados à rede Wi-Fi cuja segurança foi comprometida de forma a adquirir acesso à rede empresarial”, salientam estes especialistas.
Gateway que pode afetar privacidade
Utilizando os dispositivos inteligentes como gateway, estes intrusos podem deixar um rasto de caos total, afetando não só a privacidade pessoal do utilizador, como a própria segurança da informação corporativa, alerta a Check Point Software.
“Como consumidores, estamos super conscientes das precauções que devemos ter para que a nossa casa não seja assaltada. Contudo, quando falamos de dispositivos inteligentes, tendemos a ignorar as ameaças cibernéticas e as intenções maliciosas dos atacantes,” começa por dizer Rui Duro, Country Manager da Check Point Software Technologies em Portugal.
“Quando falamos de dispositivos inteligentes, tendemos a ignorar as ameaças cibernéticas e as intenções maliciosas dos atacantes”, diz Rui Duro, Country Manager da Check Point Software em Portugal.
“A cada ano que passa, vemos uma tendência constante de hackers a tornarem-se cada vez mais agressivos e, como resultado, qualquer dispositivo ligado à Internet é um alvo. Na situação em que agora vivemos, não é suficiente assumir que estas incidências simplesmente ‘não me acontecerão’”, diz Rui Duro.
“Todos os proprietários destes dispositivos devem tomar precauções extra para manter as suas informações protegidas, pois basta um único dispositivo negligenciado para que um hacker crie danos e angústias incalculáveis,” termina o responsável.
A Check Point Software partilha sete dicas de segurança para manter a privacidade a salvo dos hackers.
Software atualizado
“Manter os dispositivos atualizados sempre que possível é imprescindível para ter a sua casa e informação protegidas. A forma de atuação dos agentes de cibercrime está em constante mudança, pelo que é importante ter implementada a mais recente forma de proteção”, lembra a Check Point.
Rede wi-fi autónoma para os seus dispositivos
Os especialistas em cibersegurança afirma que a maioria dos routers permitirão a criação de uma rede separada que se destine apenas aos dispositivos domésticos inteligentes, de forma a criar mais obstáculos à eventual tentativa de acesso não autorizado. “Pode ainda criar uma configuração para os seus convidados que permita que os seus amigos e familiares acedam na mesma à sua rede de casa, sem ter o risco acrescido de partilhar os seus dados”, sugerem.
Palavras-passe mais fortes
No que respeita a criação de palavras-passe robustas para os dispositivos, “garanta que são aleatórias e não se referem a qualquer aspeto pessoal. Se achar que as palavras-passe são demasiado difíceis de relembrar, considere a utilização de um gestor de palavras-passe”, recomenda a Check Point Software.
Autenticação de duplo fator
“Ao adicionar uma forma de autenticação adicional, conhecida por autenticação de duplo fator ou 2FA, os hackers podem ser impedidos de aceder aos seus dispositivos. Embora isto possa ser ligeiramente inconveniente para o consumidor, não se compara ao tumulto que a invasão de um hacker pode causar”, comentam os especialistas.
Encriptação
Garantir que o router “está a usar o mais alto nível de encriptação é uma forma de manter a sua informação protegida de ameaças. Não se esqueça de quaisquer extensores de Wi-Fi internos ou adaptadores powerline que terão também configurações para permitir a encriptação através da rede doméstica. Isto, por sua vez, adicionará uma camada extra de proteção, não só para o router, mas também para os dispositivos inteligentes”, explica a Check Point Software.
Alterar palavra-passe pré-definida do seu router
“Esta é uma palavra-passe diferente da que protege a rede Wi-Fi, mas igualmente importante. A maioria dos routers têm uma palavra-passe simples para que seja fácil configurar aquando da primeira instalação. Contudo, isto faz com que seja fácil aos hackers adivinhar os acessos. Há até listas online das palavras-passe mais comuns, portanto, deve alterá-las o mais rapidamente possível”, afirma a empresa de segurança informática.
Dispositivos protegidos
Com cada vez mais pessoas a trabalhar de casa, é importante que os dispositivos empresariais estejam tão protegidos quanto os pessoais, especialmente quando utilizam o Wi-Fi doméstico. “Garantir que os dispositivos estão atualizados com a mais recente tecnologia anti-malware é uma forma importante de proteção”, conclui a Check Point Software.