Cinco anos depois do início dos trabalhos de remodelação, as portas do CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian reabrem neste sábado, 21 de setembro, com a instituição a convidar as pessoas a descobrir o edifício redesenhado e o novo jardim, através de um programa gratuito de exposições e Live Arts.
Um dos grandes focos de atenção é o edifício do Centro de Arte Moderna redesenhado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma, que colaborou com o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic.
Kengo Kuma reimaginou completamente o anterior edifício do CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, da autoria do arquiteto britânico Leslie Martin e inaugurado em 1983.
O Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian foi inaugurado no dia 20 de julho de 1983, data do 28.º aniversário da morte de Calouste Gulbenkian. A 20 de setembro de 2024 ocorreu a inauguração do novo edifício do CAM.
A profunda reconfiguração do CAM parte de um projeto que ambiciona estabelecer uma maior ligação entre o edifício e a área alargada do Jardim Gulbenkian.
A grande pala ondulada e coberta de azulejos brancos, que agora marca a fachada do novo edifício, funciona como uma zona de passagem entre o CAM e o jardim, pensada para a socialização de quem o visita.
Kuma inspirou-se na tipologia Engawa, um caminho protegido pelo beiral do telhado, que não é totalmente interior ou exterior e que se encontra frequentemente nas casas tradicionais japonesas. Os responsáveis da Fundação referem que o conceito Engawa está também refletido em várias características do edifício.
Em colaboração com o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic, foi reforçada a relação entre a natureza envolvente e o edifício, que está agora mais imerso na paisagem.
A proposta de Vladimir Djurovic para o Jardim Sul desenvolve a visão dos arquitetos portugueses Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto para o jardim preexistente, utilizando espécies da vegetação autóctone.
A Gulbenkian destaca, aliás, o facto de, com a extensão do jardim e a sua abertura a sul à cidade, o edifício do CAM passa a ser a principal porta de entrada na Fundação, possibilitando a quem visita a instituição o contacto com uma oferta mais experimental e inovadora.