O foguetão Vulcan, desenvolvido por uma empresa privada, descolou hoje da Florida, levando a bordo o primeiro aparelho americano que tentará pousar na Lua, ao fim de mais de 50 anos.
O foguetão Vulcan Centaur do grupo industrial ULA, que reúne a Boeing e a Lockheed Martin, fez seu primeiro voo do Cabo Canaveral, descolando às 02:18 locais de hoje (07:18 em Lisboa).
O módulo de aterragem a bordo, denominado Peregrine, foi desenvolvido pela ‘start-up’ Astrobotic, com o apoio da NASA, que encomendou a esta empresa o transporte de equipamento científico para a Lua.
O lançamento marca a inauguração de uma série de missões apoiadas pela agência espacial americana, que pretende contar em parte com o setor privado para as suas ambições lunares.
Se o módulo da Astrobotic conseguir pousar na Lua, a 23 de fevereiro, poderá tornar-se a primeira empresa a conseguir esse feito.
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Nos últimos anos, empresas israelitas e japonesas tentaram aterrar na Lua, mas estas missões não foram bem sucedidas.
“Liderar o regresso da América à superfície da Lua, pela primeira vez desde a Apollo, é uma honra tremenda”, disse o chefe da Astrobotic, John Thornton, na sexta-feira.
No entanto, John Thornton mostrou-se ciente da dificuldade da tarefa e dos riscos de fracasso.
Cerca de 50 minutos após a descolagem, o Peregrine separou-se do foguetão e depois a Astrobotic ligou o dispositivo para estabelecer comunicação.
Se tudo correr bem, o módulo de aterragem continuará a sua rota e uma vez na órbita lunar, a sonda esperará até que as condições de iluminação sejam adequadas para tentar pousar.
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A Astrobotic Technology é uma empresa aeroespacial e de robótica com sede em Pittsburgh, Pensilvânia, EUA. Fundada em 2007, a empresa privada está a desenvolver tecnologia para a próxima fase da exploração do espaço, especialmente para missões à Lua e a outros planetas.
A empresa, criada pelo professor da Universidade Carnegie Mellon e especialista em robótica Red Whittaker e seus associados, tem como objetivo ajudar outros developers a levar a sua tecnologia para o espaço.
Apesar dos riscos da missão poder fracassar, a NASA acredita no compromisso da Astrobotic com a pesquisa espacial. Em 2008, a agência espacial dos EUA financiou um estudo conceptual da empresa e, um ano depois, concedeu à Astrobotics US$ 795.000 para investigar a prospeção de recursos lunares. Em 2010, a NASA assinou vários contratos com a Astrobotic no valor de até US$ 30 milhões.
Outro a caminho
Se o Peregrine pousar com sucesso no próximo mês de fevereiro, conforme planeado, tornar-se-á na primeira missão americana a alcançar a superfície da Lua desde a Apollo 17 em 1972.
O Peregrine também poderá ser a primeira missão privada a pousar na Lua. Poderá. Isto porque a Astrobotic está numa espécie de corrida lunar, já que há uma outra empresa, a Intuitive Machines, com sede em Houston, também a preparar-se para lançar uma missão à lua, a IM-1, em meados de fevereiro. O módulo de pouso da Intuitive Machines, o Nova-C, será lançado com o apoio da SpaceX, mas pode até pousar um dia ou até mesmo uma semana antes do Peregrine.
com Lusa