Depois de 2020 ter sido o pior registo anual de sempre em termos financeiros para o Pestana Hotel Group com 32 milhões de euros, 2021 conseguiu inverter a tendência, terminando com um resultado líquido positivo de 23 milhões de euros, o que representou o regresso aos lucros.
Em conferência de imprensa, José Theotónio, CEO do grupo, assinala agora que 2022 deverá atingir os níveis de pré-pandemia, mais concretamente de 2019 que foi, até à data, o melhor ano de sempre para o grupo.
“Deveremos ficar alinhados com o ano de 2019 que foi o nosso melhor ano de sempre”, destaca José Theotónio, CEO do Pestana Hotel Group.
O responsável executivo do Pestana aponta como explicação para esta performance a recuperação do turismo, potenciada pelo fim dos confinamentos, a par do efeito que teve a abertura de nove hotéis.
“Apesar das dificuldades destes dois anos, nunca perdemos a ambição e quando as condições e mercados o permitiram, concluímos o pipeline de aberturas previstas, com nove novos hotéis e que acrescentam cerca de mil quartos ao portefólio existente”, refere José Theotónio que evidencia que a insígnia CR7 tem agora do dobro de hotéis: aos dois existentes (Madeira e Lisboa) somaram-se agora mais dois (Marraquexe e Nova Iorque).
Onde se situam os 9 novos hotéis
Assim, as novas nove unidades são o Pestana Vintage Lisboa; a Pousada do Porto-Flores (no Porto); a Pousada Vila Real de Santo António (no Algarve); Pestana Fisherman (na Madeira); Pestana CR7 Gran Vía Madrid (em Espanha); Pestana CR7 Times Square (em Nova Iorque); Pestana Tânger (em Marrocos); e abertos em 2022 o CR7 Marrakech (em Marrocos); e o Pestana Douro (no Porto), este último aberto a 8 de abril.
Estes nove hotéis foram sendo construídos ao longo dos últimos quatro anos, representando um investimento de 112 milhões de euros.
“Passadas as dificuldades da pandemia, já não há hotéis fechados”, diz com satisfação o CEO do Grupo para quem o desafio agora é de “colocar os novos hotéis no mapa”, sem negligenciar as “nuvens negras que ainda há no horizonte para a atividade turística também devido à guerra”.
O Grupo Pestana passou a estar em três novos mercados, com a marca CR7: Madrid, Nova Iorque e Marraquexe.
Relativamente a 2022, José Theotónio afirma que os meses de janeiro e fevereiro foram fracos, mas que em meados de março o mercado respondeu bem e “até surpreendeu”, muito fruto “de um novo modelo de negócio em que tudo é marcado em cima da hora, em last minute”.
Nessa esteira, abril de 2022 foi o primeiro mês pós-pandemia a estar acima dos valores homólogos de 2019 para o Grupo Pestana: cerca de 15% face a abril de 2019.
Entre os novos projetos, o Grupo Pestana tem em obra dois hotéis novos em Lisboa, na Rua Augusta (a abril eventualmente no final do ano) e em Alfama (abertura em 2023), num investimento de cerca de 10 milhões de euros.
Em 2022, o Grupo Pestana, que está presente em 16 países, comemora 50 anos de fundação, mais concretamente no mês de novembro.
Fora de portas, o grupo participa num projeto em Newark, EUA, ainda em construção, e tem em desenvolvimento uma unidade CR7 Paris.
Mil pessoas para contratar
Com as novas unidades hoteleiras abertas, o Pestana prevê necessitar de um milhar de pessoas, das quais cerca de 470 estão já contratadas. Com estes mil novos colaboradores, o grupo aumentará a sua força de trabalho para cerca de cinco mil funcionários, 90% dos quais em Portugal.
EBITDA de 96,2M€
Relativamente ao exercício de 2021, o Pestana Hotel Group assinalou um EBITDA (lucros antes de impostos) de 96,2M€, quase triplicando o resultado obtido em 2020 (que foi de 33,7M€), mas ainda a 60% de valores de 2019 quando o EBITDA foi de 161,8M€.
“É motivo para estarmos orgulhosos” com os números da recuperação, realça José Theotónio.
Os mais de 100 hotéis do grupo inverteram as perdas operacionais (de -8,1M€, em 2020) para ganhos em 2021 (cerca de 50M€). No ano passado, as receitas da atividade hoteleira do grupo duplicaram para 139,2M€, aquém dos resultados de 2019.
“A solidez do grupo Pestana, a imagem nacional e internacional e a capacidade das nossas equipas, permitiram-nos regressar aos lucros, apesar de termos vivido mais um ano atípico, marcado ainda por uma pandemia que nos afetou nos três continentes onde estamos presentes”, saliente o CEO do grupo.
“O imobiliário foi a nossa boia de salvação em 2020”, reconhece o CEO do grupo.
Apesar da atividade do Pestana estar muito assente na hotelaria, o imobiliário no portefólio de investimentos do grupo tem adquirido relevância.
José Theotónio declara, inclusive, que, com a queda abrupta do turismo em 2020, a atividade imobiliária “foi a nossa boia de salvação nesse ano”, tendo representado, nessa altura, cerca de 40%. “Quando os hotéis retomarem todos, esperamos que o imobiliário tenha um peso entre 20 a 30% na nossa carteira”, explica o CEO.
O braço imobiliário do Pestana tem em curso empreendimentos na madeira, na Costa Alentejana e no Algarve, tendo mais que duplicado em 2021 os valores de 2019.