Governo dos EUA assume 10% da Intel. Será que a empresa vai voltar a ser uma das mais valiosas do mundo?

Donald Trump já dera sinais de querer entrar no capital de algumas das tecnológicas americanas ligadas à setor dos semicondutores. Ainda na passada semana foi divulgado um relatório da administração de Trump segundo o qual o governo poderia assumir uma participação acionista em empresas que receberam subsídios federais ao abrigo do Chips Act, uma lei…
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Os rumores já se faziam sentir: Donald Trump negociou a entrada do país na estrutura acionista da Intel, com uma participação de 10%. A empresa que já foi uma das mais valiosas do mundo ocupa agora a posição 180.
Negócios Tecnologia

Donald Trump já dera sinais de querer entrar no capital de algumas das tecnológicas americanas ligadas à setor dos semicondutores. Ainda na passada semana foi divulgado um relatório da administração de Trump segundo o qual o governo poderia assumir uma participação acionista em empresas que receberam subsídios federais ao abrigo do Chips Act, uma lei que foi aprovada durante o governo de Joe Biden para impulsionar a produção doméstica de semicondutores, com apoios de 280 mil milhões de dólares (cerca de 241 mil milhões de euros) de apoio às empresas setor.

Já havia rumores de que havia conversações entre Donald Trump e a Intel para que o governo norte-americano entrasse no capital da companhia norte americana de processadores, e agora veio a confirmação. O presidente dos Estados Unidos anunciou que o estado é agora dono de 10% da Intel, tornando-se o terceiro maior acionista da empresa, depois da Blackrock e da Vanguard, com cerca de 13% cada. Esta foi a maior intervenção do estado norte-americano numa empresa privada, após a crise de 2008, e uma tomada de participação do género é muito rara no país.

No final dos anos 90, a empresa era uma das mais valiosas do mundo, e no final do milénio, em 2000, atingiu o pico do seu valor, alcançando os 502 mil milhões de dólares (cerca de 429 mil milhões de euros) de capitalização bolsista. 

A empresa, que vale atualmente cerca de 108 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros) tem atravessado um período complicado, com alguns reveses que têm feito o seu valor em bolsa oscilar bastante nos últimos anos. Segundo a Forbes Internacional, o acordo surgiu como resultado da reunião de Donald Trump com o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, na qual o presidente lhe terá dito: “Acho que seria bom ter os Estados Unidos como seu parceiro’”. O acordo ainda exigirá a aprovação do Conselho de Administração da Intel. No início deste mês Donald Trump pediu a demissão do CEO da Intel, por alegadas ligações a empresas chinesas, em cargos anteriores. Lip -Bu Tan contestou as alegações dizendo haver muita desinformação relativamente às suas funções anteriores, dizendo que sempre atuou pelos padrões legais e éticos.

Empresa valorizou após o anúncio, mas continua muito abaixo do pico de 502 mil milhões

As ações da companha reagiram imediatamente, tendo subido 6% na sexta-feira passada, data do anúncio, cotando a cerca de 24 dólares (20,5 euros) cada. Uns dias antes o papel Intel valorizou igualmente com o anúncio de que o Softbank iria investir cerca de 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros) na empresa, tornando-se assim o quinto maior acionista do fabricante de chips, com cerca de 2% do capital.

A Intel sofreu nos últimos anos problemas vários, nomeadamente questões de instabilidades relacionados com os seus chips de 13º e 14º geração, que afetaram a performance da multinacional. Fundada em 1969, por Robert Noyce, Gordon Moore e Andy Grove, a companhia foi a grande impulsionadora do desenvolvimento dos computadores pessoais. No final dos anos 90, a empresa era uma das mais valiosas do mundo, e no final do milénio, em 2000, atingiu o pico do seu valor, alcançando os 502 mil milhões de dólares (cerca de 429 mil milhões de euros) de capitalização bolsista, segundo os dados do site Companies Market Cap.

A Intel está atualmente avaliada pelo mercado em cerca de 108 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros), estando colocada na posição 180 do ranking das empresas mais valiosas do mundo, e na posição 50 entre as maiores tecnológicas.

Em 2002 acaba por cair para os 92 mil milhões de dólares (78,5 mil milhões de euros) de valor de mercado, e em 2009 valia apenas 70 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros). A recuperação foi lenta, mas em 2020 alcançou os 273 mil milhões de dólares (cerca de 233 mil milhões de euros), embora ficando a quase metade do valor do pico. Mas desde aí que a queda tem sido uma constante, e está atualmente avaliada pelo mercado em cerca de 108 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros), estando colocada na posição 180 do ranking das empresas mais valiosas do mundo, e na posição 50 entre as maiores tecnológicas. Será que o apoio do Governo irá catapultar novamente a empresa para o topo da lista?

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