António Horta-Osório afirma que, num cenário de contas equilibradas e de excedente orçamental, o Governo deve focar-se em melhorar a qualidade de vida dos portugueses. Um passo que deve ser feito através de uma redução dos impostos cobrados às empresas, nomeadamente o IRC e a Taxa Social Única (TSU), abrindo a porta a um aumento dos salários.
“Agora que temos finalmente as contas equilibradas de forma sustentada temos outro desafio pendente que são os nossos salários”, afirmou o gestor português na conferência organizada esta quarta-feira que celebra o oitavo aniversário do Jornal Económico e aborda temas desde a Inteligência Artificial, habitação, passando pelo Orçamento, turismo e desafios da lusofonia. “Pela primeira vez em 50 anos de democracia temos a possibilidade de acelerar a qualidade de vida dos portugueses”, reforçou.
De acordo com António Horta-Osório, “a sociedade portuguesa deve exigir ao Governo que utilize o excedente orçamental da melhor maneira para aumentar a produtividade e qualidade de vida dos portugueses baixando, por exemplo, o IRC” cobrado às empresas, que é “quem produz riqueza” em Portugal.
“Baixar o IRC ou a TSU pode aumentar a competitividade das empresas, podem inovar mais, contratar mais pessoas e aumentar salários. Isso pode conduzir a um aumento mais significativo da qualidade de vida dos portugueses”, referiu.
Numa comparação entre 2007 e 2023, o gestor conclui que Portugal conseguiu melhorar relativamente aos salários dos portugueses. Ainda assim, noutros países, como Espanha, os rendimentos são 30% superiores ou, no caso da Europa, quase o dobro.