Existem em Portugal 89 campos de golfe, uma oferta que registou uma ligeira quebra desde 2019, passando de 93 para 89, devido ao encerramento de um no norte, outro no centro e dois no Algarve. Os campos de golfe mantêm-se concentrados no Algarve, representando esta localização 43% da oferta total, local onde se podem encontrar 38 campos.
A restante oferta localiza-se sobretudo na faixa atlântica, havendo algumas exceções no interior e ainda nas ilhas. Esta foi uma das atividades turísticas mais prejudicadas pela pandemia, mas que está agora em fase de recuperação, sendo que o setor registou um crescimento de 5% no número de voltas realizadas em 2023, com um total superior a 2,4 milhões voltas a nível nacional.
A prática do golfe, que atrai milhares de turistas – os estrangeiros representam 74% dos praticantes – , em busca de boas condições climatéricas, tem um impacto económico no país de 4,2 mil milhões de euros, contribuindo com um volume global direto de 120 milhões de euros no PIB nacional.
Analisando o estudo por regiões, percebemos que o sul tem um forte posicionamento no mercado internacional, captando essencialmente turistas britânicos, que representam cerca de 46% da voltas realizadas nesta geografia.
Deste montante, cerca de 100 milhões de euros de receitas são oriundas dos campos do Algarve. E, em média, cada campo de golfe gerou um volume de negócios de 2,2 milhões de euros, em 2023, com os green fees e taxas de driving range a representarem 50% dos proveitos.
Estes dados constam do estudo “O impacto Económico do Golfe em Portugal”, promovido pelo Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e levado a cabo pela EY Parthenon. O estudo revela ainda que, em 2023, as exportações diretas do setor alcançaram os 149 milhões de euros, tendo o setor contribuído para a criação de mais de 110 mil empregos. A apresentação deste relatório coincidiu com a realização do International Golf Travel Market, certame dedicado ao setor do turismo e do golfe, a decorrer este dias na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa.
Atividade tem impacto na redução da sazonalidade
O golfe é uma atividade que tem um forte impacto na redução da sazonalidade turística em Portugal, em particular no Algarve, que continua a ser a principal região para a prática deste desporto. A distribuição das voltas ao longo do ano segue uma tendência semelhante entre praticantes nacionais e estrangeiros, ainda que com picos ligeiramente menos expressivos no caso dos golfistas portugueses.
Analisando o estudo por regiões, percebemos que o sul tem um forte posicionamento no mercado internacional, captando essencialmente turistas britânicos, que representam cerca de 46% da voltas realizadas nesta geografia.
Aliás, o Reino Unido distingue-se como o maior emissor de turistas que procuram a prática de golfe em Portugal, sendo que os Estados Unidos estão este ano, pela primeira vez, entre os dez países de origem destes praticantes, sendo o primeiro país fora da Europa. Da Europa destacam-se ainda os praticantes oriundos da Suécia, com 6%, da Alemanha, igualmente com 6%, e da França com 4%.
Lisboa é a segunda região mais atrativa e com mais golfistas nacionais
A seguir ao Algarve, Lisboa é a região mais atrativa, com 15% das voltas – na qual a maioria dos praticantes são nacionais, ascendendo a 68% -, seguindo-se o centro com 9% e o norte com 7% (nesta zona os portugueses lideram também com 81% das voltas). A Madeira atraiu 3% das voltas, o Alentejo 2% e os Açores apenas 1% do total de voltas realizadas em 2023. Curiosamente, na Madeira o maior número de turistas praticantes de golfe teve origem na Dinamarca, e não no Reino Unido, com 35% das voltas realizadas em 2023.