Uma lareira perfeita é aquela onde se vê bem o fogo. Parece óbvio. Mas Marcelo Alves Inácio, fundador da Glammfire, explica melhor: uma lareira perfeita é aquela em que a chama, que traz luz, calor e conforto, está visível sem uma separação, um vidro pelo meio, muitas vezes fosco e sujo. Sem obstáculos. Uma boa lareira é aquela em que o fogo parece próximo, seguro, limpo. “Seja qual for o método de combustão, uma lareira perfeita é aquela que possibilita ver a realidade da chama, sem nenhuma barreira que impeça a essência, o seu bailar”, diz à FORBES o empreendedor que fez do fogo no lar o seu trabalho.
As lareiras de Marcelo não são lareiras regulares. O elemento estético do fogo é rei na Glammfire. As lareiras têm de ser bonitas, modernas, práticas, seguras e com a chama no centro do espectáculo.
E a melhor forma de se conseguir isso é através de novas soluções de desenho e de tecnologia. Estas estruturas não são as clássicas lareiras a lenha ou a pellets “embutidas” nas habitações, com largas chaminés para expelir fumos de combustão.
São alimentadas a etanol – ou, como é mais conhecido, álcool etílico – pelo que não necessitam de intervenções nas estruturas para criar saídas de fumo para o exterior.
Não são necessárias chaminés, pura e simplesmente. Nem obras em casa. Contudo, uma lareira de etanol pode sair cara – um litro custa entre 2,50 e 3 euros e uma lareira de etanol gasta em média meio litro por hora, explica Marcelo.
O aquecimento também não é tão forte como as lareiras tradicionais. Mas Marcelo desdramatiza: “o cliente que vai comprar lareiras de etanol é o que quer ver a chama”, diz, livre, a bailar à sua frente.
Não é aquele que quer uma lareira a crepitar fortemente durante horas a fio para aquecer uma enorme habitação. São lareiras em que o grande luxo é mesmo ter o espectáculo do fogo ao alcance de um botão.
Sim, ao alcance de um botão: estas lareiras são também telecomandadas. O luxo traduz-se igualmente no desenho contemporâneo, para os que não dispensam sofisticação no design. No catálogo de Marcelo estão braseiras exteriores, mini-lareiras de mesa (sim!) inspiradas em velas, lareiras de parede, outrsa de sala.
Todas para o segmento médio-alto, claro está. E para apaixonados do fogo, como Marcelo. E tudo é concebido e fabricado na operação montada em Monção, Viana do Castelo. Falamos de uma empresa nacional, mas com os olhos no mundo: exportam 85% da produção para países como França e Itália.