Quando se trata de escolher uma bebida, as pessoas têm em conta o seu gosto pessoal, a ocasião e a tendência. Prova disso é o aumento do consumo de gin, a bebida que muitos consideram estar na moda. Bebem gin os que gostam e os que não gostam, e isso levou as marcas portuguesas a acompanhar a onda.
Tudo começou com Marta Pinto, uma das duas mulheres no mundo que destilam gin, e a marca Neto Costa, ambos envolvidos na criação do primeiro gin nacional.
Na altura responsável pela produção da marca, Marta explica à FORBES que em Portugal a “tendência de produtos de bar vem de Espanha” e foi exactamente numa viagem ao país vizinho que percebeu que se estava a consumir muito gin.
Não demorou a levar a proposta à Neto Costa e, mais tarde, surgiu o primeiro gin português: Big Boss.
O gin português é exportado para diversos mercados, incluindo o inglês que poderia ser visto como um dos mais difíceis.
A empresa Drinks & Flavours é o projecto a solo de Marta, o espaço onde o Azor Gin foi criado. A escolha dos Açores como mote para este projecto teve duas razões: ainda não haver nenhum no mercado e por ser uma aposta nacional.
Rui Duarte, secretário-geral da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE), acredita que os produtores portugueses têm conseguido “fazer do valor endógeno de cada região uma característica de diferenciação” em relação aos gins de outros países.
Acima de tudo, têm-no feito em regiões fora dos grandes centros urbanos: o Valley do Gerês, o Sharish do Alentejo, o Gotik do Ribatejo, entre outros.
A potenciar o crescente interesse por gins nacionais está, segundo Rui, “o aumento da procura de bebidas de autor”, um pouco à imagem do que aconteceu com a cozinha de autor.
No ano de 2011 o valor total de vendas de gin rondava os 34,6 milhões de euros e cinco anos mais tarde esse valor fixou-se nos 64,4 milhões de euros, segundo dados da ANEBE. O interesse é claro, e não é só a nível nacional. O gin português é exportado para diversos mercados, incluindo o inglês que poderia ser visto como um dos mais difíceis.
Marta acredita que o consumo de gin vai diminuir, como aconteceu com outras bebidas tendência no passado, mas neste momento ainda não há sinais de que isso venha a acontecer para breve.
Se ainda não se juntou ao grupo de pessoas que não dispensa um gin quando visita um bar, ou se, por outro lado é fã absoluto desta bebida, a FORBES e o Mundet Factory, no Seixal, ajudam-no numa viagem por diferentes sabores, mas todos ligados ao gin.