As férias de sobrevivência são agora uma experiência de luxo. Ser levado para uma ilha remota onde se fica por sua conta e risco é uma ideia cada vez mais popular e, ironicamente, para uma aventura ao ar livre sem mordomias onde se tem de fazer tudo sozinho, é mais caro do que imagina.
O aumento das séries de TV de sobrevivência repletas de exploradores extremos impulsionou a tendência – pense no episódio com Bear Grylls e o presidente Barack Obama no Alasca, fazendo chá com água das calotes geladas e caçando salmão selvagem.
Desert Island Survival é uma empresa que atende aspirantes a exploradores – leva aventureiros para ilhas nas Filipinas, Panamá ou Tonga, dez de cada vez. Depois de uma noite num hotel de luxo, o grupo passa vários dias a aprender como sobreviver: como fazer fogo, como identificar o que pode e o que não pode comer, como pescar e colher frutas.
Depois de alguns dias, os instrutores deixam os aventureiros sozinhos durante três dias antes que todos se reagrupem no luxo novamente para brindar à viagem realizada.
Os preços são de £2,650 GBP (€3036) para uma aventura no Panamá e nas Filipinas e de £3,150 GBP (€3610) para uma incursão pelo Tonga.
“Vimos uma mudança do consumo de bens de luxo para o consumo de experiências de luxo”, refere Chris Brunning.
A Untold Story, uma empresa de viagens britânica especializada em planear viagens únicas e especiais, levará os clientes a uma ilha deserta por £ 3.500 (US$ 4.000/€3800) e deixá-los-á sozinhos numa viagem personalizada. Atualmente, é o tipo de programa mais procurado da empresa.
O cofundador Chris Brunning refere ao The Telegraph que “vimos uma mudança do consumo de bens de luxo para o consumo de experiências de luxo; tempo, ao invés de um objeto mais impressionante.”
O New Yorker relatou “as alegrias – e absurdos – de se encontrar abandonado numa paisagem desolada”, onde os viajantes são largados nas montanhas Atlas do Marrocos por ex-comandos da Marinha Real e deixados sozinhos para se defenderem sozinhos após algumas horas de dicas de sobrevivência rudimentar, treino esse que abrange fazer fogo e lidar com escorpiões e cobras.
O ponto de encontro fica a 18 milhas (cerca de 29 km) e uma caminhada de dois dias com os viajantes proibidos de levar fósforos, tendas ou telefones.
Há um botão SOS para apertar em caso de acidentes ou emergências, e água e lenha são deixados em locais pré-determinados para o acampamento. O preço não é barato.
Existem inúmeras outras opções para quem deseja ficar mais perto de casa ou fazer viagens de iniciação mais curtas ou com crianças. No Reino Unido, Bear Grylls administra a sua Survival Academy, oferecendo dias de aventura em família ou fins de semana de sobrevivência intensos de três dias para maiores de 18 anos. Ou aspirantes a aventureiros podem juntar-se a à mais nova adição, um teste de resistência extrema ‘MOT for Men’ de 72 horas.