Como avalia o desempenho da Emirates em Portugal? Tem sido uma operação lucrativa ao longo dos anos?
O mercado português sempre nos acolheu muitíssimo bem, tanto pelos passageiros que desde 2012 reconhecem a importância de um voo direto para o Dubai e daí para o mundo, com o nosso reconhecido produto a bordo, como pelos nossos parceiros, operadores turísticos e agentes de viagens. Todos os nossos parceiros viram os seus negócios dinamizados com uma vasta gama de destinos que até 2012 eram difíceis de imaginar. A Emirates foi um ‘game changer’ no nosso mercado.
Já há indicadores que mostram o sucesso da aposta no mercado português?
Desde o lançamento, em 2012, que mais de 2,1 milhões de passageiros viajaram com a Emirates de e para Portugal. Antes da pandemia da Covid-19, era a única companhia a operar entre Portugal e os Emirados Árabes Unidos com 18 serviços semanais. Em julho de 2019, a Emirates começou a operar voos quatro vezes por semana entre a segunda maior cidade portuguesa, o Porto, e Dubai. Ainda no ano passado foram transportados cerca de 400 mil passageiros de e para Portugal. E a carga total exportada pela EK SkyCargo para fora de Portugal foi de 8.500 toneladas.
A empresa já começa a ser relevante para a economia portuguesa…
Acreditamos que a Emirates contribui diretamente com mais de 50 milhões de euros anuais para a economia portuguesa e o Grupo Emirates emprega mais de 560 portugueses. Uma pesquisa da Frontier Economics apurou que as operações da companhia em Portugal apoiaram, em 2013, direta ou indiretamente 2.620 empregos. Isso representa um impacto no PIB de 104 milhões de euros. Do ponto de vista do turismo, o comércio total entre Portugal e os Emirados Árabes Unidos atingiu os 216 milhões de euros em 2019, um crescimento de 15% face a 2018, com as exportações de Portugal a representarem 80% do comércio total.
A propagação da pandemia da Covid-19 alterou de alguma forma este desempenho?
A Emirates teve um forte desempenho até ao final de fevereiro de 2020, quando a situação da pandemia rapidamente se agravou, levando a restrições de viagens generalizadas e à suspensão de voos de passageiros. A empresa teve 32 anos consecutivos de lucro até 31 de março de 2020. O quadro para o atual exercício financeiro será muito menos otimista. Como outras companhias aéreas, a nossa receita este ano será bastante reduzida, devido à suspensão forçada das operações aéreas. Além disso, temos que honrar os cancelamentos de reservas e pagar reembolsos. Esperamos um período de recuperação lento de procura, à medida que as restrições de viagens sejam gradualmente levantadas e as empresas e passageiros recuperem progressivamente a confiança em viajar.
Face à pandemia quais as medidas adotadas para minimizar os eventuais efeitos negativos?
Enquanto aguardávamos pela reabertura das fronteiras, a Emirates envolveu-se ativamente com embaixadas e consulados para apoiar a repatriação de turistas e cidadãos retidos. De abril a junho de 2020, operámos mais de 200 voos de repatriação para quase 40 pontos da nossa rede. Isto incluía rotas especiais a pedido de certas embaixadas. A companhia adaptou rapidamente as suas operações e aumentou a sua rede de carga para atender às necessidades dos passageiros e comunidades. De pouco mais de 35 destinos no final de março, a Emirates SkyCargo ampliou rapidamente a sua rede para mais de 100 destinos de carga programada em todo o mundo até julho. Desde o transporte de fornecimentos médicos e alimentos necessários com urgência, à entrega materiais necessários para indústrias, a Emirates SkyCargo continua a ajudar a reconectar as cidades às vias de comércio internacional conforme a manufatura e outras atividades económicas recomeçam.
Nesta fase, as operações estão a voltar à normalidade?
Após uma revisão completa das medidas de saúde e segurança, as autoridades dos Emirados Árabes Unidos suspenderam as restrições aos passageiros em trânsito em 15 de junho e, desde então, a Emirates tem retomado gradualmente as suas ligações de rede. Em setembro, estávamos a operar em mais de 87 cidades, com ligações seguras e convenientes através do nosso hub do Dubai para passageiros que viajam entre as Américas, Europa, África, Médio Oriente e Ásia-Pacífico. A Emirates está totalmente focada e comprometida com a sua rede, e estamos a trabalhar arduamente para reconstruí-la aos níveis pré-pandémicos nos próximos meses, consoante mais aeroportos e cidades reabram.
Se não fosse o efeito da pandemia, como evoluiria o desempenho da companhia aérea em Portugal e no resto do mundo, ao longo de 2020?
À luz desta pandemia é impossível responder a essa questão.
A Emirates retomou em agosto o voo para Lisboa, no âmbito do levantamento das restrições a voos fora da União Europeia. Já é possível avaliar a retoma da operação?
A operação tem estado a correr muito bem, temos registado uma procura sustentada suportada pelas nossas medidas de segurança a bordo, assim como a carga, que continua a registar um desempenho fantástico face aos resultados negativos da pandemia.
Além de Lisboa, que mercados reabriram e qual foi o feedback?
A Emirates retomou os voos para 87 destinos, incluindo Madrid, Barcelona, Paris, Londres, Amsterdão, Milão, Frankfurt, Munique, Bruxelas, Estocolmo, Copenhaga e muitos outros com uma procura sustentável e muito encorajadora. Levará algum tempo para a indústria da aviação se recuperar. Mas na Emirates estamos otimistas e já observamos uma tendência positiva de aumento do tráfego na nossa rede. Estamos prontos para acolher os nossos passageiros em todo o mundo onde for viável comercial e operacionalmente.
Está confiante então na retoma da operação?
Verificamos um aumento do interesse e da procura do passageiro desde o anúncio da reabertura do Dubai, e também com o aumento das opções de viagens que oferecemos conforme restabelecemos gradualmente as nossas ligações de rede. O nosso principal compromisso é acolher os nossos passageiros e esperamos retomar a nossa oferta completa de serviços e destinos com a maior rapidez e segurança que a situação permitir.
O turismo tem sido um dos setores mais afetados pela crise provocada pela pandemia. No caso de Portugal, quais as estratégias que sugere para se reconquistar os turistas?
Informação gera confiança. Portugal continua a fazer o seu caminho para fazer face à pandemia e é necessário continuar a informar o mundo sobre o que se passa e as respetivas medidas de segurança adotadas pelos vários intervenientes locais. A Emirates continua em contato com todas as partes interessadas nacionais e parceiros de negócios que trabalham para construir oportunidades para o mercado. Enquanto o mundo se ajusta à próxima fase da pandemia, estamos otimistas de que isso trará alguma estabilidade para o retorno da procura por viagens e para as economias começarem a recuperar.
O segmento de aviação também passou por crises com algumas empresas a fechar operações. Quais são os desafios que o setor enfrenta hoje e como está o futuro?
A pandemia Covid-19 está longe de terminar, mas todos nós estamos a aprender a lidar com ela, quer a nível nacional, nas nossas empresas e indústrias, e claro nas nossas vidas. Enquanto o mundo se ajusta a esta nova fase da pandemia, a Emirates está otimista de que isso trará alguma estabilidade no retorno da procura por viagens e para as economias começarem a recuperar. Estamos confiantes no nosso modelo de negócio e com o Dubai como nosso Hub, a nossa proposta é agora mais forte do que nunca. A Emirates continuará a liderar o caminho na indústria de aviação com produtos, serviços, conforto e rede superiores.
O que é que um passageiro da Emirates pode esperar da experiência de voar com a vossa empresa?
A Emirates foca-se no seu serviço de excelência, na inovação e na segurança. À medida que o mundo aprende mais sobre este novo vírus, vamos revendo e atualizando regularmente os nossos protocolos de higiene e segurança de acordo com as orientações mais recentes das autoridades e especialistas em saúde. Os nossos serviços em First Class e Business Class continuam a ter bastante procura devido à natureza da nossa oferta premium. Os passageiros valorizam a sua privacidade e o seu espaço pessoal proporcionados pelas nossas suítes privadas e valorizam bastante o nível superior de conforto e o serviço que a Emirates oferece, tanto no ar quanto em terra. Isto inclui o nosso Lounge para Classe Executiva no Terminal 3 do Aeroporto Internacional do Dubai. Além disso, em julho, e depois de uma análise completa de saúde e segurança, reintroduzimos as nossas instalações exclusivas da Emirates Chauffeur Drive Lounge no Aeroporto Internacional do Dubai para clientes Premium.