A Ordem dos Economistas promoveu uma conferência comemorativa dos 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE). O evento decorreu na Universidade Católica Portuguesa – Porto e reuniu mais de 200 participantes, entre economistas, gestores, empresários, estudantes, representantes de instituições europeias e da sociedade civil. O evento integra-se no calendário de ações que a Ordem tem previsto concretizar durante este mandato, de envolvimento da comunidade.
“Quarenta anos depois da adesão, é essencial refletirmos sobre o caminho percorrido e, sobretudo, sobre o papel que Portugal pode e deve desempenhar no projeto europeu. Esta conferência reafirma o nosso compromisso com o debate público informado e com a valorização da história económica recente do país”, afirmou António Mendonça, bastonário da Ordem dos Economistas.
Entre os oradores convidados estiveram Elisa Ferreira, Ex-Comissária Europeia para a Coesão e Reformas, e Luís Valente de Oliveira, Ex-Ministro do Planeamento e da Administração do Território, duas figuras centrais no processo de adesão de Portugal à então CEE.
Na sua intervenção, Elisa Ferreira defendeu uma abordagem integrada ao desenvolvimento nacional e destacou o impacto dos fundos europeus na redução das desigualdades regionais, alertando para os desafios demográficos e sociais que persistem.

Luís Valente de Oliveira lembrou o papel transformador da adesão em áreas como infraestruturas, transportes e habitação, e sublinhou a necessidade de Portugal evoluir para uma utilização mais estratégica dos fundos comunitários.
A conferência incluiu ainda uma mesa-redonda dedicada ao futuro económico de Portugal no contexto europeu, moderada pelo professor e comentador Carlos Brito, presidente da Ordem dos Economistas-Norte. A sessão abordou temas como o papel da sociedade civil na construção europeia, os desafios da sustentabilidade, a importância da economia azul e a simplificação logística e aduaneira para a competitividade externa.

Este painel contou com intervenções de Carlos Tavares, Ex-Ministro da Economia e Presidente do Círculo do Centralismo; Dora Simões, Presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes; Ernesto Páscoa, Professor e Investigador do CIIMAR – Centro de Investigação Marinha e Ambiental; e José Oliveira, Despachante Oficial e Especialista em Comércio Internacional.
Entre as principais conclusões, destacou-se o consenso sobre a relevância da adesão à CEE como motor de modernização e de reforço do Estado de Direito, mas também a necessidade urgente de apostar em inovação, qualificação e maior integração no projeto europeu.