O número de deputados com origem portuguesa eleitos para a Assembleia Nacional francesa (parlamento) aumentou para cinco em relação às eleições anteriores (quatro), com a maioria a ser reeleita.
Com ideologias políticas diversas, metade dos deputados eleitos a 7 de julho são da coligação de partidos de esquerda, Nova Frente Popular, a vencedora da segunda volta das eleições legislativas antecipadas.
É o caso de Emmanuel Fernandes, de 43 anos, da França Insubmissa (LFI, esquerda radical), reeleito pelo círculo eleitoral de Estrasburgo, após a sua estreia no parlamento em 2022.
A cumprir o seu quarto mandato, Christine Pirès Beaune, de 59 anos, candidata do Partido Socialista, foi eleita pela Nova Frente Popular em Puy-de-Dôme, na região Auvérnia-Ródano-Alpes.
Também da Nova Frente Popular, com origem no Partido Socialista, Christophe Proença, de 58 anos, vai estrear-se agora enquanto deputado, após desempenhar funções enquanto presidente da Câmara Municipal de Gintrac e conselheiro do departamento de Lot.
Pela coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês), Ludovic Mendes, de 37 anos, foi reeleito pela terceira vez no seu círculo eleitoral em Moselle.
Já Nathalie da Conceição Carvalho, de 58 anos, foi reeleita pela União Nacional (RN, em francês) em Essonne, sendo deputada desde 2022.
Também eleito pela segunda vez na região de Loire, Antoine Vermorel-Marques, de 31 anos, não é português, mas casado com uma portuguesa e adotou o seu sobrenome, algo comum entre os casais franceses, sendo um dos 46 deputados republicanos eleitos.
Face aos resultados da primeira volta das eleições legislativas, em 30 de junho, em que o partido de extrema-direita RN foi vencedor, o Presidente francês, Emmanuel Macron, apelou a “uma união ampla claramente democrática e republicana” contra a extrema-direita na segunda volta das legislativas.
Com isto, mais de 200 candidatos de esquerda e do Juntos, que ficaram em terceiro lugar em cada círculo eleitoral, retiraram-se na segunda volta para impedir a maioria absoluta da extrema-direita.
Foi o caso de Dominique da Silva, de 56 anos, candidato presidencial e deputado desde 2017 por Val d’Oise (Ilha-de-França) e também de Célia Pereira, de 24 anos, candidata pela Nova Frente Popular e antiga deputada do Nord, na região dos Altos da França.
As eleições, que elegem os 577 deputados do Parlamento, resultaram na eleição de 182 deputados da Nova Frente Popular, com a coligação presidencial a ficar em segundo lugar com 168.
Em terceiro lugar, o RN de Marine Le Pen, que se esperava ser o grande vencedor, elegeu 143 lugares.
Desta forma, nenhum dos três principais blocos conseguiu obter uma maioria absoluta (289 lugares), o que mantém em aberto a formação do novo Governo francês.
(Lusa)