A quinta edição do Fórum EurAfrican, organizado pelo Conselho da Diáspora, decorre entre hoje e a manhã de sexta-feira em Carcavelos com um painel de oradores que apresentam as estratégias para responder ao tema “Reforçar a aliança Europa-África em tempos de disrupção”. Em declarações à FORBES à margem do evento, o presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa, António Calçada, assume este propósito e salienta que o Fórum “não faz mais do que manter e tentar reforçar aquilo que é a relação da Europa e de Portugal com um continente irmão onde temos laços que são históricos, sociais e culturais muito fortes”.
Lembrando o lema desta edição, alianças em tempos de disrupção, António Calçada realçou que esta é uma oportunidade única ao se conseguir ter “mais 400 pessoas num formato presencial com 20 oradores de topo, em que, 50% são europeus e outros 50% são africanos para discutirem temas tão relevantes como a geopolítica, a geoestratégia depois de uma pandemia, no meio de uma guerra e em plena transição energética e transformação digital”.
Pelo decorrer do primeiro dia do evento, o presidente do Conselho da Diáspora Portuguesa não tem dúvidas que “existem oportunidades que têm de ser vistas entre Europa, Portugal e África”. De entre os temas em discussão refere que se falou num ponto que considera fundamental que está relacionado com a saúde, com a educação e com a ciência. São áreas onde se concluiu que tem “de haver transferência de conhecimento, mas que tem a ver também com o investimento que é preciso fazer-se em África. Passando das palavras às ações. Existem oportunidades e as empresas e empresários têm de ver isto”, defendeu António Calçada.
No primeiro dia do Fórum houve tempo também para se falar de “mais economia e emprego num momento, em que, o mundo está na antessala de uma grande crise que se calhar vai durar mais do que aquilo que estávamos a pensar”, referiu a mesma fonte. Face a este cenário, o presidente do Conselho da Diáspora destacou que “é importante que os referentes da política, do mundo académico, do mundo científico e empresarial possam ter espaço para debater as suas ideias e identificar que oportunidades é que veem, que projetos é que veem e depois tentar que o mundo político e institucional apoiem estas medidas”.
O tema dos oceanos também esteve na agenda do dia como parte importante desta relação Europa/África. Isto porque, como diz António Calçada, “o mar une-nos”, por isso, é preciso debater “o impacto climático e a economia azul como um elemento integrador que une estes dois continentes irmãos”.
Mas em tempos de disrupção, António Calçada acredita que é o momento de o relacionamento entre os dois continentes ganhar uma nova roupagem. Face ao cenário de crise que o mundo vive, a mesma fonte diz que esta “só pode funcionar como um acelerador, não pode ser um travão, para que passemos das ideias aos projetos e destes à execução”. E detalha que há que o fazer com pragmatismo relativamente à estratégia, que tem de ter tempos de execução: “Ver o que se pode fazer no curto prazo como os investimentos diretos em África com projetos concretos e prazos de execução mais curtos. O que se pode fazer a meio prazo que tem a ver com o investimento efetivo que temos de fazer na área da saúde, da educação, da ciência, para os quais, temos mesmo de transferir tecnologia”, remata a mesma fonte.