Fórum da AICEP leva aos EUA potencial de Portugal em Inteligência Artificial

A ascensão e o potencial português no ramo da Inteligência Artificial (IA) foram abordados num fórum organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Nova Iorque, voltado para o mercado norte-americano. A 8.ª edição do 'Portugal Economic Forum', que contou com a presença do secretário de Estado da Digitalização, Bernardo Correia,…
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A ascensão e o potencial português no ramo da Inteligência Artificial (IA) foram abordados num fórum organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Nova Iorque, voltado para o mercado norte-americano.
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A ascensão e o potencial português no ramo da Inteligência Artificial (IA) foram abordados num fórum organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Nova Iorque, voltado para o mercado norte-americano.

A 8.ª edição do ‘Portugal Economic Forum’, que contou com a presença do secretário de Estado da Digitalização, Bernardo Correia, dividiu-se em dois painéis: “Os Fundadores e os Financiadores”, focado em formas de construir e expandir a IA portuguesa”; e “A IA de Portugal no Cenário Global”, no qual se debateu a competição e a colaboração no setor.

Nos dois painéis, empresários, investidores e especialistas no setor refletiram sobre as potencialidades de Portugal, discutindo a forma como as ‘startups’ portuguesas de IA estão a ser construídas e a atrair investimentos globais, o papel de talentos portugueses na inovação nas empresas tecnológicas e financeiras mais poderosas do mundo, e a importância de Portugal no ecossistema internacional de IA.

“O que nós queremos é posicionar Portugal como um centro de investimentos para a Inteligência Artificial e acreditamos que temos um país que tem talento, tem conectividade, tem energia renovável, custos aceitáveis”, enumerou à Lusa o secretário de Estado da Digitalização, em Nova Iorque.

“Com o nosso movimento para reduzir a burocracia e o facto de o senhor ministro [Adjunto e da Reforma do Estado] Gonçalo Matias ter declarado guerra à burocracia, esperamos também estar a criar um ambiente mais favorável aos investimentos”, indicou Bernardo Correia, à margem do evento.

O secretário de Estado admitiu querer posicionar Portugal como uma porta de entrada para os investimentos norte-americanos de IA na Europa.

“Portugal é um produto fantástico em termos de investimento. Para os investidores, Portugal é um destino muito interessante. E é isso, é essa história que vamos aqui contar”, explicou.

O primeiro painel do Fórum, denominado “Os Fundadores e os Financiadores” e moderado pelo professor universitário e fundador da ARCx, André Corrêa d’Almeida, reuniu o consultor e investidor Ryan Tabone, o diretor sénior de produto da Expedia, João Menano, o fundador e CEO da BHOUT, Mauro Frota, e o diretor da Lvlup Ventures, Adam Ned.

Na sua intervenção, Adam Ned explicou que os investimentos que tem feito em Portugal são estratégicos e estão diretamente ligados às potencialidades que o país tem, como a “interceção geográfica” e o “conhecimento técnico”.

“Talento é tudo quando estamos a investir. A habilidade técnica é dos fatores mais importantes quando estamos a pensar investir, especialmente em IA”, frisou o investidor.

Já o segundo painel, intitulado “A IA de Portugal no Cenário Global”, foi moderado por Paul Bailo, CEO da Landit.ai e professor na Universidade de Colúmbia, e contou com a participação de Fabien Curto Millet, economista-chefe da Google, de Manuela Veloso, chefe de investigação em IA da JPMorgan Chase, e Nuno Carneiro, que lidera a estratégia de Inteligência Artificial da OutSystems.

Manuela Veloso disse que gostaria de ver uma maior colaboração entra a academia e a indústria em Portugal.

“A academia é um local de livre pensamento e a indústria é virada para o lucro. É essa a magia que precisa de acontecer: precisamos dessa integração do pensamento livre com o lucro”, defendeu a especialista.

Já o economista da Google salientou que em Portugal “a juventude está no centro” e, nesse sentido, “adoraria ver a IA desenvolvida para o ensino e educação”.

À Lusa, Joana Gaspar, membro do Conselho de Administração da AICEP, defendeu que a relação de “amizade e parceria” entre Portugal e os Estados Unidos é fundamental para unir a “criatividade e o talento das empresas portuguesas” com “a escala e o músculo financeiro do investidor americano”.

“Daí a aposta neste tema. A expectativa de resultado é que as pessoas se conheçam e que se quebre um bocadinho os mitos sobre o que é Portugal enquanto país para investir”, afirmou Joana Gaspar.

“Às vezes, se calhar ainda olham para nós como um país um bocadinho atrasado, que é muito bonito para férias, mas do ponto de vista do negócio não será tão interessante. É necessário quebrar esse mito, porque de facto já não é assim, e esperar que daqui, destas conexões e deste conhecimento mútuo, possam sair negócios no futuro”, acrescentou.

O ‘Portugal Economic Forum’ deste ano contou ainda com a presença do diretor da AICEP em Nova Iorque, Carlos Moura, da cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque, Luísa Pais Lowe, do cônsul-geral de Portugal em Newark, Luís Sequeira, do senador estadual luso-americano Jack Martins, entre outros.

Lusa

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