O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou hoje as estimativas de crescimento este ano da economia de Espanha, antecipando um aumento de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mais quatro décimas do que a previsão anterior.
Já em relação a 2025, o FMI mantém a previsão de um crescimento de 2,5% para o PIB espanhol.
A economia espanhola cresceu 2,5% no ano passado, menos 3,3 pontos do que em 2022, segundo o Instituto Nacional de Estatística de Espanha (INE).
A Comissão Europeia estimou em fevereiro um crescimento do PIB de Espanha de 1,7% em 2024 e de 2% em 2025.
“Espanha mostrou uma forte resiliência” à subida das taxas de juro e ao abrandamento da economia europeia, disse hoje o chefe da missão do FMI para o país, Romain Alexandre Duval, citado pelos meios de comunicação social espanhóis.
O Fundo Monetário Internacional concluiu hoje uma missão para a análise económica de 2024 relativa a Espanha.
Num relatório dessa missão, o FMI revelou esperar que se mantenha um crescimento médio trimestral de 0,5% do PIB espanhol, com o impulso da procura interna.
Em relação a riscos para a economia, a missão do FMI referiu a “fragmentação política”, que poderia dificultar a concretização de “reformas estruturais e a consolidação fiscal”.
Outros riscos para Espanha citados pelo FMI são uma eficácia menor do que o esperado dos fundos europeus Next Generation (executados ao abrigo de planos de resiliência nacionais) ou uma eventual desaceleração abrupta da economia mundial ou na zona euro (o conjunto dos países que têm a moeda única europeia).
Quanto à inflação, a missão do FMI considerou que os principais riscos para Espanha passam pela possibilidade de um novo aumento dos preços da energia a nível mundial e por “aumentos persistentes” dos custos laborais devido a pressões salariais.
Para o FMI, depois de subidas do salário mínimo consideráveis nos últimos anos em Espanha, qualquer novo aumento deve ter em conta “possíveis efeitos adversos”.
O salário mínimo em Espanha aumentou 5% em janeiro, para 1.134 euros brutos, pagos 14 vezes por ano.
A subida foi superior à média da inflação em Espanha no ano passado (3,5%).
O salário mínimo em Espanha superou a barreira dos 1.000 euros no ano passado, quando teve um aumento de 8% em janeiro, num contexto de inflação elevada (a média da subida dos preços em 2022 em Espanha foi de 8,4%).
Desde 2018, o salário mínimo espanhol aumentou 54%, coincidindo com os governos liderados pelo socialista Pedro Sánchez, que prometeu colocar e manter este rendimento nos 60% do salário médio em Espanha.
Lusa