O português Rui Marques disse que a nomeação como novo diretor de corrida da Fórmula 1, um dos cargos mais importantes do mundo do automobilismo, é fruto de “evolução e experiência”.
A Federação Internacional do Automóvel (FIA) anunciou na terça-feira que Marques vai suceder ao alemão Niels Wittich no cargo já no Grande Prémio de Las Vegas, nos Estados Unidos, agendado para o fim de semana de 21 a 23 de novembro e que poderá ditar o nome do novo campeão mundial da modalidade.
Nessa corrida, de Las Vegas, Max Verstappen pode conquistar seu quarto título mundial de F1: com 62 pontos à frente de Lando Norris, Verstappen precisa somar apenas mais três pontos do que o piloto da McLaren para garantir o título e se tornar o sexto piloto da história a conquistar quatro campeonatos mundiais.
À margem do terceiro dia do Grande Prémio de Macau, no qual o português é diretor da primeira edição da Taça do Mundo da Fórmula Regional F3, Marques disse que irá ocupar o cargo pelo menos “até ao fim do ano” quando faltam disputar três provas para o final da época.
Rui Marques foi questionado se tinha sido surpreendido pelo convite. “Não se trata de uma questão de se ser surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que nós vamos tendo vai-nos trazendo também essas possibilidades”, disse o dirigente.
Desde março de 2022 que o português desempenhava o cargo de diretor de corridas da Fórmula 2 e da Fórmula 3 (F3).
Marques, de 51 anos, já trabalhou na Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting e foi adjunto do diretor de corridas na Taça do Mundo de Carros de Turismo.
O português veio pela primeira vez ao Grande Prémio de Macau em 1999, como comissário de pista e disse que o circuito citadino da Guia “dá uma experiência que dificilmente outro circuito dá”.
A FIA sublinhou que o português “traz muita experiência ao cargo”, num comunicado divulgado na terça-feira, em que também disse que Wittich cumpriu as suas responsabilidades “com profissionalismo e dedicação”, agradecendo-lhe o compromisso.
A federação alegou que “Wittich abandonou a sua posição de diretor de corrida da Fórmula 1 para procurar novas oportunidades”, apesar de uma publicação especializada alemã noticiar que o alemão não se demitiu. Isto num momento em que a FIA tem visto vários executivos abandonarem os seus cargos no último ano.
Rui Marques irá tornar-se no segundo português a exercer esta função depois de Eduardo Freitas ter sido eleito em 2022 juntamente com Wittich para o cargo de diretor de corridas, embora tenha sido destituído algumas semanas depois, após o Grande Prémio do Japão, mantendo apenas o alemão no controlo.
Marques preferiu desvalorizar as sucessivas mudanças no cargo: “[a Fórmula 1] é mais uma categoria da qual eu vou ser diretor de corrida”.
Ainda assim, o português admitiu que “é um facto” que na nova posição terá desafios diferentes, nomeadamente no que toca à atenção mediática.
Ni Amorim, presidente da FPAK (Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting), já comentou esta nomeação: “É com especial orgulho que vimos um dos quadros da FPAK assumir tão prestigiada função. Desejamos os maiores sucessos neste novo desafio profissional”
com Lusa