Fernando Medina, ministro das Finanças, apresentou hoje o Programa de Estabilidade (PE).
De acordo com o ministro, em 2023 a economia vai crescer 1,8%, o que representa um cenário mais otimista face aos 1,3% que constavam no Orçamento do Estado 2023.
Este 1,8% é a mesma previsão do Banco de Portugal, estimativa acima dos cálculos da OCDE, Comissão Europeia e FMI que preveem um crescimento do PIB de 1% neste ano. O Conselho de Finanças Públicas tem uma previsão de 1,2%.
Esta previsão é baseada na revisão em alta dos indicadores do crescimento económico, sobretudo as exportações (irão crescer 4,3% em 2023 quando a previsão inicial era de 3,7%) e ao consumo público (que deverá subir 2,6%, mais 0,3 p.p. do que na estimativa anterior).
O crescimento previsto para 2023 do consumo privado foi, contudo, revisto em baixa: de 0,7% para 0,6%.
No tocante à evolução do PIB, inflação, taxa de desemprego e formação bruta de capital fixo, estas são as estimativas mais recentes do Governo.
Relativamente aos valores da inflação estimados (5,1% em 2023 e 2,9% em 2024) não significa que “estejamos a falar de diminuições de preços, mas de um aumento mais lento dos preços”, sublinhou Medina. Aliás, os 5,1% agora apontados pelo Executivo são uma revisão em alta, já que os valores anteriores do governo eram de 4% para este ano.
O défice foi também revisto em baixa, de 0,9%, para 0,4%.
Já a dívida pública deverá ser de 107,5% do PIB em 2023.
De acordo com a equipa das Finanças, as taxas de juro irão estabilizar, mas em níveis elevados, nos próximos meses, com a Euribor (a 3 meses) a rondar os 3,8%.