Estreia hoje nos Estados Unidos – e amanhã, em Portugal – o último episódio da temporada final da aclamada e premiada série norte-americana da HBO, Sucession. Durante quatro temporadas, os muitos fãs da saga da bilionária família Roy assistiram aos dramas entre as várias personagens que querem, a todo o custo, agradar ao patriarca do clã e colocar-se em primeiro na linha da sucessão do império de media e entretenimento. Sabe-se já que o tão aguardado final da série terá a duração de 90 minutos, com o título “With Open Eyes”, no qual tudo poderá acontecer. Se ainda está a começar a ver o enredo, disponível na plataforma HBO Max, não se preocupe, que nada vamos aqui divulgar.
Depois de anos em que as marcas topo de gama «gritavam» bem alto a sua insígnia através de logotipos bem destacados, presentes nas peças que todos gostaríamos de usar, e a maioria não pode, agora a tendência é a inversa.
Quem conhece as personagens sabe que os quatro filhos de Logan Roy, magnata da comunicação social, primam pela aparência cuidada, própria de quem nasceu e vive em berço de ouro. Contudo, a série inaugurou, ou pelo menos acelerou, uma tendência que já vinha surgindo, timidamente, – o termo teve origem na fase da crise financeira de 2008 -, no mundo da moda premium: trata-se do quiet luxury. Depois de anos em que as marcas topo de gama «gritavam» bem alto a sua insígnia através de logotipos bem destacados, presentes nas peças que todos gostaríamos de usar, e a maioria não pode, agora a tendência é a inversa. Ou seja, Connor, Kendall, Shiv e Roman, os quatro irmãos, usam um luxo discreto, de boa qualidade e corte, com aposta nos materiais premium, em cores neutras e sem alusão visível a marcas de luxo.
Discreto, mas a peso de ouro
Está a ver os logotipos da Louis Vuitton, Versace, Dolce Gabanna e outras, que nos saltam à vista? Pois, o quiet luxury é precisamente o inverso. No mundo da moda, quiet luxury pode ser traduzido por um bom investimento em peças duradouras, que ultrapassam as barreiras da moda sazonal e demasiado acelerada para os tempos de crise que se vivem. A palavra de ordem para os mais ricos é agora a descrição: ter dinheiro sim, mas não ostentar, pois quem sabe vai reconhecer. Além disso, como uma das características desta tendência é a durabilidade das peças, esta torna a moda do luxo mais sustentável, uma palavra que está na ordem do dia.
Connor, Kendall, Shiv e Roman, os quatro irmãos Roy, usam um luxo discreto, de boa qualidade e corte, com aposta nos materiais premium, em cores neutras e sem alusão visível a marcas de luxo.
Para os quatros elementos da poderosa família norte-americana, básicos sim, mas só no look, porque no preço nada têm de discreto. Kendall, por exemplo, habitou-nos a um visual clássico, de calças tipo jeans com t-shirt simples, casaco de bom corte e boné de basebol (mais conhecido por cap), sendo estas peças de roupa da Tom Ford ou da Maison Margiela ou Ermenegildo Zegna. Uma das camisolas caneladas que usou, da Tom Ford, custa qualquer coisa como 1.200 euros e o boné que completa o estilo, sem logotipo, é da italiana Loro Piana, em caxemira, e poderá custar perto de 500 euros.
Também a Shiv, filha do empresário, usa combinados discretos, mas de primeira qualidade. Num dos episódios usou uma camisola branca, de gola alta, em caxemira, da Ralph Lauren, peça cujo preço pode muito bem rondar os 400 ou 500 euros. Esta tendência minimalista está a ser seguida por estilistas internacionais que estão a apresentar as suas coleções com peças mais discreta, como é o caso da Loewe e Balenciaga.