Foi sob o mote “O Poder de Liderar – Gerações”, que Celeste Hagatong, presidente do Banco Português de Fomento, e Francisca Albarran Bonde, vice-presidente do Bank of América, debateram ideias, durante o primeiro Forbes Women’s Sumitt, que aconteceu ontem, dia 20, em Lisboa.
Questionada sobre o que é necessário para ser um bom líder e conseguir o melhor das suas equipas, Celeste Hagatong referiu que “é saber onde se quer chegar, ter capacidade de mobilizar as equipas, saber escutar as mesmas e com respeito. Isto é fundamental”. Disse ainda que, em Portugal, há pouca ambição e que quem tem ambição consegue chegar ao topo. “Hoje as executivas mais novas têm ambição, e as que a têm assumem como objetivo chegar ao topo da organização. É a ambição, é a capacidade, é o posicionamento que as faz chegar lá”. Afirmou também que as novas gerações são completamente diferentes porque têm o caminho aberto para chegar a cargos de topo. Alerta que “a falta de comunicação é um erro que se comete muito na gestão. As mulheres talvez tenham mais capacidade para a área da comunicação”.
“A falta de comunicação é um erro que se comete muito na gestão. As mulheres talvez tenham mais capacidade para a área da comunicação”, diz Celeste Hagatong.
Para esta gestora, que fez carreira na área da banca, as mulheres que aceitem os desafios que surgem têm muitas oportunidades de fazer carreira. “Eu apanhei uma geração de transição, acabei o curso em 1974, a pior altura para arranjar emprego, estava tudo desorganizado, mas também houve muitas oportunidades logo a seguir, porque havia uma guerra em África e os homens iam para a guerra, e por isso as mulheres eram precisas no mundo do trabalho”, explicou.
Já Francisca Albarran Bonde afirmou que existe uma mudança na tendência de evolução da carreira das mulheres, tal como na dos homens. “Aqueles que trabalham e se empenham, veem resultados, o que gera motivação, logo os colaboradores têm orgulho e brio em pertencer a determinada empresa”, afirmou. Relativamente à questão da dificuldade de trabalhar com diferentes gerações, Celeste Hagatong, afirmou que há espaço para todos. “Gosto muito de trabalhar com as gerações mais novas, e a forma como trabalhamos em equipa é desafiante para todos”.
“O período ideal para ficar numa empresa é quatro ou cinco anos, porque temos um período de aprendizagem, um período de adaptação, conseguir subir e chegar ao topo, e a partir dai é muito difícil para as empresas reterem aquele talento”, diz Francisca Albarran Bonde.
Francisca Albarran Bonde concordou e disse: as pessoas mais novas aprendem imenso com os mais experientes. O diálogo contínuo com líderes mais velhos, e até de várias idades, é desafiante”, afirmou. Para gerir bem as equipas, defendeu que é fundamental ter os resultados bem alinhados, conseguir comunicar bem e reconhecer, sobretudo reconhecer. “Tem de haver espaço para reconhecer, dizer que fizeram um bom trabalho, e obviamente ter uma retribuição para continuar com essa motivação”. Este reconhecimento é fundamental para reter colaboradores, já que esta é uma tarefa cada vez mais difícil. “Atualmente já ninguém fica 20 anos numa empresa, não há essa capacidade de retenção, isto porque existe uma competitividade grande, da parte dos colaboradores e da parte das empresas. “O tempo médio ideal para ficar numa empresa é quatro ou cinco anos, porque temos um período de aprendizagem, um período de adaptação, conseguir subir e chegar ao topo, e a partir daí é muito difícil para as empresas reterem aquele talento”, afirma esta responsável.
Sobre o Banco Português de Fomento, Celeste Hagatong diz que está a transformar a instituição num banco, que é um enorme desafio do século XXI. “Temos tudo praticamente coordenado. Tem sido um processo muito desafiante, estamos ainda em reuniões e conversações com as empresas, mas vamos ter um banco já em 2024”, afirmou a presidente.