Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Luisa Strina e Sé apresentam o Canto do Bode, uma exposição inédita e colaborativa que apresenta, durante o verão e em dois atos distintos, obras de 32 artistas representados e quatro convidados pelas galerias, na Casa da Cultura da Comporta.
Trata-se das obras dos artistas Alexandre da Cunha, Anderson Borba, Arnaldo de Melo, Caetano de Almeida, Cildo Meireles, Dalton Paula, Daniel Fagus Kairoz, Edu de Barros, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Fernanda Gomes e Janaina Tschäpe.
Participam também, artistas como João Loureiro, João Maria Gusmão, Jorge Queiroz, Juan Araujo, Julião Sarmento, Kim Lim, Laura Lima, Leonor Antunes, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Manata Laudares, Marcius Galan, Marina Rheingantz, Marina Saleme, Mauro Restiffe, Michel Zózimo, Panmela Castro, Pedro Victor Brandão, Rebecca Sharp, Rivane Neuenschwander, Robert Mapplethorpe, Sheroanawe Hakihiiwe, Tadáskía (aka max wíllà morais) e Tonico Lemos Auad.
A referida exposição, será estruturada como uma peça de teatro, em dois atos, sendo que o primeiro abre a 22 de junho e o segundo a 29 de julho, com cenografia especialmente concebida pelo artista João Maria Gusmão e uma narrativa que se desdobra simultaneamente na plateia, palco e bastidores.
O título faz referência ao termo grego tragoedia – tragos e celebra a tradição brasileira de sacralização do profano e profanação do sagrado, desconstruindo a dicotomia entre o dionisíaco e o apolíneo, que é abordada por Friedrich Nietzsche em O Nascimento da Tragédia (1872).
O projeto, gerido pela Fundação Herdade da Comporta, “resulta de uma colaboração inédita entre as três galerias brasileiras, de gerações distintas, que se unem a iniciativas globais de construção de novos modelos de atuação, diante de um contexto inédito no circuito das artes”, explica a diretora internacional da Fortes D’Aloia & Gabriel, Maria Ana Pimenta.
“O elemento teatral, o lugar e o grupo de artistas de distintas gerações e percursos formais que o projeto reúne, traduzem práticas e estabelecem diálogos que reafirmam no seu enredo a possibilidade de integrar vozes, que apresentadas juntas, justapostas ou alternadamente num palco comum, propõem novas narrativas”, conclui a responsável.
No proscénio, mirando a plateia, as baquetas penduradas da obra “Slit IX (2019)”, de Alexandre da Cunha, por exemplo, definem no pulso do erotismo o ritmo do primeiro ato. O trabalho inédito de Ernesto Neto, “Umbigo Ventre Fruto Arte (2021)”, evoca ritmo e fertilidade.
Já o artista, Sheroanawe Hakihiipe incorporará desenho e cor à tradição oral da cultura Yanomami – El Alto Orinoco, na Venezuela, a cosmogonia e ancestralidade do artista. A pintura de Edu de Barros remete à história dos afrescos e à sua relação com a ascensão espiritual, paralelamente, a pintura enigmática de Jorge Queiroz, revela universos pós simbólicos.