“A nossa visão permanece clara como sempre, assim como a nossa determinação em aproveitar oportunidades dentro e fora da Nigéria. Angola representa uma oportunidade para os nossos accionistas participarem no que acreditamos que irá gerar um valor mais forte à medida que África vai emergindo. Continuamos comprometidos em fazer esses investimentos disciplinados e bem estruturados para criar uma plataforma forte e holística que será competitiva, diversificada e atraente nos próximos anos”, refere Herbert Wigwe, CEO da Access Holding Pics, em exclusivo para a Forbes África Lusófona, a propósito do acordo vinculativo com a Montepio Holding SGPS S.A para adquirir 51 % de participação maioritária no Finibanco Angola S.A.
A intenção da venda por parte do Montepio, que adquiriu o Finibanco em 2010 por 250 milhões de euros, remonta a 2015, altura em que o BNI esteve na mesa das negociações. Tudo parecia encaminhado para um bom desfecho com o empresário Mário Palhares, mas o dossier ficou parado até julho deste ano, altura em que é apresentado o Access Bank como potencial interessado.
A aquisição agora anunciada, firmada após a assinatura de vários acordos (foto), está, no entanto, sujeita a aprovações regulatórias na Nigéria e em Angola, e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2023, após o cumprimento das condições precedentes, apurou a Forbes.
Paralelamente e em comunicado, o Banco Montepio acrescenta que “o valor de venda terá como referência a proporção atribuível ao Grupo Banco Montepio nos capitais próprios do Finibanco Angola S.A., os quais totalizam 70 milhões de euros com referência a 30 de Junho de 2022, e os ajustamentos que vierem a ser apurados no âmbito de uma auditoria com conclusão prevista no segundo trimestre de 2023”. “Para o MH e para o grupo mais amplo Banco Montepio, este é um passo importante na sua estratégia de concentrar a sua actividade no mercado doméstico e, ao mesmo tempo, abrir novos caminhos para o futuro do Finibanco Angola, que ajudou a desenvolver durante mais de uma década sob a sua propriedade”, refere o documento. Para o Access Bank “a transação promove a estratégia do Banco de ser o gateway de pagamento de África para o mundo, enquanto trabalha com outros multilaterais focados no continente para fornecer plataformas e ecossistemas de pagamento robustos e eficientes”.
De referir que o Access Bank tem uma rede de mais de 700 balcões e postos de atendimento em três continentes, contando com 45 milhões de clientes. e 28.000 trabalhadores na Nigéria, detendo ainda subsidiárias na África Subsariana e no Reino Unido, a que se soma uma filial no Dubai e escritórios de representação na China, Líbano e Índia.
O Finibanco Angola S.A. é um banco comercial com mais de 20 sucursais e cerca de 300 milhões de dólares de activos totais que opera em Angola desde 2008.