Quais os argumentos que levaram o grupo FNAC DARTY a trazer a marca Nature & Decouvertes para Portugal? Porquê a escolha das Amoreiras para a primeira loja?
Estes dois últimos anos mostraram-nos que o mundo está a mudar e que todos nós precisamos de acompanhar essa mudança. Trouxeram a consciencialização para os temas do ambiente, saúde, de socialização, da nossa relação com outros e com o mundo. Esta marca pretende inspirar a fazer essa mudança. Traz consigo o propósito de criar um mundo melhor, apelando a um modo de vida mais consciente, mais próximo da natureza, com foco no bem-estar e no respeito pelo planeta. A localização nas Amoreiras surgiu por conseguir a conjugação perfeita de se encontrar no centro da cidade e junto a uma grande comunidade francesa que já conhece a marca e a valoriza.
De que forma o conceito desta Nature & Decouvertes se diferencia das marcas que já estão no mercado português?
Pretendemos ser a referência em Portugal numa seleção alargada de produtos comprometidos, sustentáveis e certificados, que sejam úteis, interessantes, inteligentes, de qualidade, originais, que respeitem as condições de trabalho (comércio justo), que promovam a curiosidade, espírito de aventura e o entusiasmo do consumidor. A FNAC tem desde 2018 uma nova missão de grupo que tem como objetivo posicionar o grupo FNAC DARTY como líder da distribuição sustentável na Europa, reforçando os eixos de escolha esclarecida e consumo responsável. O posicionamento da Nature & Découvertes defende um consumo ético e ecológico, convergindo assim com a missão do Grupo FNAC DARTY de promover uma escolha educada do cliente bem como de uma economia mais circular e responsável. Por isso, pretendemos que a marca se afirme no mercado nacional como uma referência na escolha consciente dos portugueses que optam, cada vez mais, por um consumo informado. Por outro lado, sabemos que as atividades outdoor e a descoberta do nosso país tem sido uma tendência crescente. Com a multitude de locais que há para explorar, queremos oferecer produtos que permitam disfrutar mais dessas novas aventuras.
Qual o volume de investimento canalizado para esta primeira loja e como foi distribuído?
Esta primeira loja teve um investimento de cerca de 300 mil euros, pois apesar de ser uma loja de apenas 100 metros quadrados, na sua construção e mobiliário são usados materiais nobres e naturais sem a utilização de químicos, para que a experiência de loja seja fiel à promessa da marca.
Qual a estratégia de expansão desenhada para o mercado português?
O plano de expansão da Nature & Découvertes para o mercado português contempla para 2022 a abertura de uma loja flagship, com aproximadamente 350 metros quadrados, onde será possível apresentar na integralidade todo o conceito da marca. A estratégia passa pela abertura de mais duas ou três loja em Lisboa nos próximos dois anos. Neste período, fora de Lisboa, trabalharemos, essencialmente, em espaços shop in shop dentro das lojas FNAC que tenham espaço suficiente para passar esta mesma experiência. O objetivo é abrir uma loja por ano, sendo que o investimento de abertura de cada loja dependerá da sua dimensão.
Face ao desempenho da marca noutros países, qual a expetativa em termos financeiros no mercado português, por exemplo, ao nível de vendas, quota de mercado, entre outros indicadores que possa divulgar?
Trata-se de um conceito novo em Portugal, pelo que o nosso objetivo de momento não é tanto a quota de mercado, mas sim dar a conhecer os nossos produtos exclusivos. Para o primeiro ano de atividade, a FNAC Portugal estima alcançar um volume de negócios na ordem de um milhão de euros.
Para criar o sortido da marca contam com fornecedores portugueses?
Trata-se de uma oferta exclusiva de produtos da marca, com sourcing dos mesmos internacional de todas as partes do mundo. Nesta fase de arranque, contamos com uma oferta de livros nacional, relacionados com os distintos universos de produto trabalhados pela marca.
A FNAC é conhecida, sobretudo, pela oferta ao nível da música e eletrónica. De que forma estes dois negócios vão conviver no mercado português?
Nature & Découvertes e a FNAC operam em segmentos de mercados diferentes. Têm posicionamentos distintos e uma oferta que consideramos complementar. No entanto, mesmo na FNAC existe cada vez mais um foco em oferecer produtos e serviços de origem controlada, duráveis no tempo e incorporando, sempre que possível, materiais sustentáveis. Ambas as insígnias convergem neste eixo de sustentabilidade. Como referido, o que está previsto acontecer é, em localidades fora de Lisboa, apostar essencialmente em espaços shop in shop dentro das lojas FNAC que tenham espaço suficiente para passar a mesma experiência que transmite a Nature & Découvertes.
A abertura da primeira loja acontece numa altura em que ainda há incertezas quanto à evolução da pandemia da Covid-19. Face a este cenário, poderá ser arriscado avançar com uma nova marca ou poderá transformar-se numa oportunidade?
A crise pandémica atrasou o plano de implementação desta nova insígnia. No entanto, acreditamos que estão agora reunidas as condições para a abertura. A localização era um fator fundamental para o sucesso da primeira loja, sendo importante agradecer à Mundicenter por ter reconhecido muito cedo a mais-valia deste novo conceito e desenvolvido todos os esforços para a abertura deste espaço no Amoreiras Shopping. Esta marca traz consigo o propósito de criar um mundo melhor, apelando a um modo de vida mais consciente, mais próximo da natureza, com foco no bem-estar e no respeito pelo planeta.
Como está a evoluir o negócio da FNAC Portugal, mais uma vez, tendo em conta o cenário de pandemia?
No final de setembro, estávamos com um crescimento de 11% sobre 2020 onde atravessámos a fase mais crítica com lojas fechadas. Continuamos numa fase de recuperação sobre o exercício de 2019. Em relação ao Natal a nossa expectativa é que consigamos crescer as vendas face a 2019. As lojas sempre foram espaços seguros para os consumidores e acreditamos que os mesmos recuperaram a confiança para nos visitar neste Natal.