A Inteligência Artificial (IA) está a mudar o mundo e a área das finanças não é exceção. Daqui a 10 anos a Geração Z vai olhar para trás e gracejar: lembram-se de quando usávamos o telemóvel para fazer pagamentos? Pois, a evolução da tecnologia será tão rápida que o que parece ser avançado hoje será deposto a uma grande velocidade. Assim, a multinacional de pagamentos Visa realizou um estudo, o Visa Payments Forum Europe, conduzido pela Morning Consult entre maio e junho de 2024, no qual identifica as principais tendências que estão a moldar o futuro dos pagamentos: a identidade digital, a ascensão dos consumidores como vendedores, a multiplicação de serviços configuráveis, as finanças integradas e a Inteligência Artificial.
Segundo este estudo 36% dos inquiridos afirmam que confiam mais agora na IA do que confiavam há um ano, sendo que esta percentagem sobe para 47% se tivermos em conta apenas a Geração Z.
Relativamente à IA, o estudo revela que esta vai ser fundamental para a mudança de comportamentos, e que os pagamentos digitais representem uma poupança significativa caso os cidadãos adotem ferramentas tecnológicas na sua gestão financeira. Estas poupanças poderão ascender a cerca de 250 mil milhões de euros num ano apenas –estima-se que entre 15 e 30 mil milhões apenas no Reino Unido – caso todos os europeus usassem ferramentas digitais, como a IA generativa, para gerir as suas transações financeiras.
No entanto, a questão da confiança é ainda um entrave a ter em conta, embora a situação esteja a melhorar. Segundo este estudo 36% dos inquiridos afirmam que confiam mais agora na IA do que confiavam há um ano, sendo que esta percentagem sobe para 47% se tivermos em conta apenas a Geração Z. Por outro lado, a IA vai também permitir poupar custos na redução de fraudes, que a IA vai ajudar a combater.
Também a biometria será utilizada para inúmeros fins, potenciando a segurança: as proteções biométricas, numa carteira digital ou num documento de identidade, reduzem o atrito muitas vezes criado pelas palavras-passe. Ou seja, a Visa estima que o recurso à biometria possa ajudar as empresas a obter até 43 mil milhões de euros em vendas anuais adicionais – e reduzir a fraude em até 483 milhões de euros por ano.
Dados vão fazer a diferença
Também o acesso aos dados vai aumentar a confiança dos consumidores: cerca de 69%dos europeus acreditam que as empresas beneficiam mais da utilização dos seus dados do que eles próprios, sendo que estes estão mais preocupados com a forma como estes são utilizados do que os benefícios pessoais que possam daí retirar. Segundo o estudo, os consumidores quando têm maior controlo sobre os seus dados estão mais dispostos a partilha-los com as empresas em que confiam.
Atualmente cerca de 67% das PME europeias estão digitalizadas e se este volume aumentasse em 33% essas empresas teriam um aumento combinado das receitas em mais de 200 mil milhões de euros por ano.
Outro ponto a favor, segundo a Visa é que o aumento da possibilidade de escolha na hora de pagar pode aumentar as receitas dos vendedores. Um vendedor que tenha a opção de Click to Pay no online pode aumentar as suas receitas em 30%, o que pode conduzir a um aumento de 51 mil milhões de euros nas vendas do comércio online das PME europeias e do Reino Unido.
O estudo revela ainda que as finanças integradas passarão a ser a norma. Pagamentos phygital (físico e digital) vão tornar-se parte importante das nossas transações diárias, como os pagamentos através de gestos, de comandos de voz, ou sistemas integrados no automóvel, sem necessidade de um cartão ou telemóvel.
A IA vai também facilitar a proliferação dos vendedores online, já que qualquer um se pode tornar vendedor com apenas alguns cliques. Atualmente cerca de 67% das PME europeias estão digitalizadas e se este volume aumentasse em 33% essas empresas teriam um aumento combinado das receitas em mais de 200 mil milhões de euros por ano.