“Europa extremamente regulada arrisca transformar indústria num museu”, diz diretora de relações institucionais da Tabaqueira

O papel da regulação deve ser visto como um pilar de confiança, mas esse facto não deve restringir a capacidade de inovação e investimento das empresas no território europeu. A ideia foi transmitida por Leonor Sottomayor, diretora de assuntos institucionais da Tabaqueira, na conferência ‘9 Chaves para o Futuro da Europa’ que assinala o 9º…
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Leonor Sottomayor, diretora de assuntos institucionais da Tabaqueira, considera que o excesso de regulação pode levar a que a Europa deixe de ser uma potência económica. Pedro Reis, ex-ministro da Economia defende uma maior proatividade nas políticas anti-dumping. “Temos que ser menos anjinhos e proteger os interesses da nossa indústria”.
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O papel da regulação deve ser visto como um pilar de confiança, mas esse facto não deve restringir a capacidade de inovação e investimento das empresas no território europeu. A ideia foi transmitida por Leonor Sottomayor, diretora de assuntos institucionais da Tabaqueira, na conferência ‘9 Chaves para o Futuro da Europa’ que assinala o 9º aniversário do Jornal Económico e que decorre esta terça-feira, na AESE Business School, em Lisboa.

“O risco de sermos uma Europa extremamente regulada transforma a indústria num museu e não numa potencia económica”, afirmou no painel intitulado Chave Seis: ‘Fogo Cruzado – O maravilhoso mundo das regras e dos regulamentos’, salientando que a União Europeia tem um papel fundamental porque acaba por exportar essa regulação.

“Temos muitas vezes diretivas que aparecem com pouco enquadramento. Aparecem com muito desejo e vontades, mas depois não olham para os estados-membros”, sublinhou Leonor Sottomayor.

No caso da Tabaqueira a responsável assume que a inovação foi criada porque havia regulação para os produtos tradicionais no mercado e realça que “Portugal está a acompanhar a evolução dos produtos para o menor risco dos consumidores”.

Presente neste painel esteve também Pedro Reis, atual vice-presidente do Conselho Consultivo Estratégico da CIMPOR, que frisou que “não há sustentabilidade sem reindustrialização, não há economia sem emprego”.

O antigo ministro da Economia defende uma maior proatividade nas políticas anti-dumping. “Temos que ser menos anjinhos, temos de proteger os interesses da nossa indústria. Queremos ou não ter economias e indústrias com escala na Europa?”, questionou.

Como tal, Pedro Reis considera que as empresas e a tecnologia estão muito à frente dos reguladores e da política e que por isso é necessário  “deixar espaço para criar riqueza”.

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