Completam-se hoje, dia 1 de janeiro de 2022, vinte anos desde que cerca de 300 milhões de europeus tiveram pela primeira vez nas mãos uma moeda nova: o Euro.
De Lisboa a Helsínquia, passando por Atenas, os cidadãos puderam fazer levantamentos em notas de Euro nas caixas automáticas locais, comprar mercearias com moedas de Euro e viajar para o estrangeiro sem trocar divisas.
A mudança de 12 moedas nacionais para o Euro foi uma operação inédita na história: o Banco Central Europeu imprimiu mais de 15 mil milhões de notas de Euro e cunhou cerca de 52 mil milhões de moedas antes de 1 de janeiro de 2002.
“O Euro reflete uma identidade europeia comum”, destacam os responsáveis europeus das Finanças.
“Impulsionado pela expansão do mercado único, o Euro tornou-se uma das conquistas mais tangíveis da integração europeia, juntamente com a livre circulação de pessoas, o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus ou a supressão das tarifas de itinerância na EU”, salienta o Eurogrupo.
Os ministros das Finanças e membros da Comissão Europeia que dirigem a política económica da Zona Euro salientam que “o Euro reflete uma identidade europeia comum, simbolizando a integração enquanto garante da estabilidade e da prosperidade na Europa”.
Para os responsáveis europeus pela política económica da área do Euro, os próximos vinte anos são de grandes desafios: “Temos de acompanhar a inovação e promover o papel internacional do Euro. O próprio Euro tem de adequar-se à era digital. Por isso, apoiamos e contribuímos para o trabalho que está a ser desenvolvido pelo Banco Central Europeu sobre uma forma digital da nossa moeda”.
“Os níveis de investimento são demasiado baixos há demasiado tempo: temos de investir fortemente e de forma sustentável nas nossas pessoas, infraestruturas e instituições”, assume o Eurogrupo.
Ao mesmo tempo, “a área do Euro tem de continuar a ser reforçada”, clarifica o Eurogrupo: “Instituímos bases sólidas para o nosso sistema bancário europeu, mas temos de prosseguir os trabalhos para reforçar a nossa união bancária e explorar novas oportunidades de recuperação económica e crescimento. O mesmo se aplica aos nossos mercados de capitais: temos de tomar medidas decisivas para melhorar o fluxo de poupanças e investimentos privados no mercado único, a fim de fornecer o muito necessário financiamento às empresas, inclusive às nossas PME, e, assim, criar novas oportunidades de emprego”.
Os responsáveis das finanças da Europa assumem que “os níveis de investimento são demasiado baixos há demasiado tempo: temos de investir fortemente e de forma sustentável nas nossas pessoas, infraestruturas e instituições. A par das políticas orçamentais responsáveis e do contributo do setor privado, o Next Generation EU desempenhará um papel fundamental na realização de muitas reformas e investimentos necessários”.
“A nossa moeda comum é um empreendimento coletivo sem precedentes e um testemunho da unidade que está na base da nossa União”, salienta o Eurogrupo.
Para os ministros das Finanças da Zona Euro, “esta é a melhor via de que dispomos para reforçar o nosso potencial de crescimento, melhorar o nosso nível de vida e dar resposta aos desafios críticos que a humanidade enfrenta”.
Na visão do Eurogrupo, “temos também de garantir a sustentabilidade orçamental porque a nossa população está a envelhecer. No contexto da revisão das nossas regras orçamentais comuns, temos de garantir que as políticas económicas e orçamentais da área do euro sejam adequadas à sua finalidade num ambiente em mutação e capazes de dar resposta aos desafios futuros”.
Num momento em que o mundo recupera da pandemia, “temos de conjugar os nossos esforços e recursos para colher os benefícios de um mundo em rápida digitalização e combater a emergência climática. Nenhuma destas questões pode ser resolvida pelos países agindo isoladamente”, afirmam os responsáveis das políticas financeiras no espaço comunitário.
“O Euro é uma prova do que podemos alcançar quando trabalhamos em conjunto – na perspetiva dos próximos 20 anos, façamos dele um símbolo do nosso empenho em garantir um futuro próspero, sustentável e inclusivo para as gerações vindouras”, concluem na sua análise.