A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) fez as contas, em parceria com a Deloitte, e concluiu que as fontes de energia renováveis foram responsáveis, entre 2016 e 2020, por poupanças acumuladas de 6.100 milhões de euros para o consumidor de eletricidade e contribuíram com 18.500 milhões de euros para o PIB.
O estudo avaliou a relevância alcançada pelo setor e o impacto das Fontes de Energia Renovável (FER) em várias categorias como na fatura dos consumidores, a nível socioeconómico, na fiscalidade, no emprego, no ambiental, dependência energética e mercado de eletricidade.
Com base no estudo da APREN, as poupanças acumuladas desde 2016 ascendem a cerca de 6,1 mil milhões de euros, dos quais cerca de 2,5 mil milhões de euros correspondem aos anos de 2019 e 2020. Os autores do estudo salientam que “em 2020 o valor da poupança é bastante superior por impacto da quebra do consumo devido à pandemia”.
Feitas as contas, as FER geram, em média, poupanças anuais na fatura da eletricidade de até 50 euros para um consumidor doméstico e de até 4.500 euros para um consumidor não-doméstico.
No que se refere ao impacto socioeconómico, pode ler-se no estudo que a contribuição das FER atingiu numa média de 3,7 mil milhões de euros por ano no período 2016-2020, representando cerca de 1,9% do PIB. A previsão é que, em 2030, este valor ascenda a cerca de 12,8 mil milhões de euros (perto de 5% do PIB). “Com o acréscimo de produção renovável resultante do Hidrogénio Verde e do aumento da ambição climática este valor pode subir entre 1,9 e 6,7 mil milhões de euros anualmente”, conclui o mesmo estudo.
Em 2020, o impacto do setor de produção de eletricidade renovável traduziu-se na existência de 51 mil empregos, gerando um PIB por trabalhador de 77,2 mil euros. Entre 2020 e 2030, a estimativa é que as FER deverão gerar um adicional de mais de 90 mil colaboradores, chegando aos cerca de 160 mil empregos em 2030. Mais uma vez “uma maior ambição climática, a par com a introdução do Hidrogénio verde, poderá ainda criar adicionalmente entre 24 e 83 mil empregos a estas estimativas para 2030”.
A eletricidade de fonte renovável permitiu evitar a emissão de 19,9 milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono (Co2), a que corresponde uma poupança de 433 milhões de euros em licenças de emissão de C02. A apostas nas energias limpas permitiu ainda poupar cerca de 4.100 milhões de euros em importação de carvão e gás natural.
A expetativa é que, entre 2020 e 2030, o investimento privado atinja cerca de 15 mil milhões de euros em centros electroprodutores a partir de FER.