“Estamos num negócio de conforto das habitações e as pessoas irão passar mais tempo em casa”

A Solzaima, empresa do setor do aquecimento com energias renováveis, investiu 10 milhões de euros numa nova fábrica em Águeda que vai permitir responder aos novos mercados de exportação e garantir crescimento. Em entrevista à FORBES, o presidente executivo da Solzaima, Nuno Sequeira, explica que “precisávamos de um espaço novo para crescer, para reformular processos…
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Mesmo em cenário de pandemia, a Solzaima, que produz salamandras, recuperadores e caldeiras, investiu 10 milhões de euros numa nova fábrica para continuar a crescer.
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A Solzaima, empresa do setor do aquecimento com energias renováveis, investiu 10 milhões de euros numa nova fábrica em Águeda que vai permitir responder aos novos mercados de exportação e garantir crescimento.

Em entrevista à FORBES, o presidente executivo da Solzaima, Nuno Sequeira, explica que “precisávamos de um espaço novo para crescer, para reformular processos e trazer eficiência aos mesmos”. A empresa tinha uma fábrica que serviu bem os seus propósitos durante 40 anos e que foi crescendo para acomodar a Solzaima. Mas “era hoje muito penalizadora do nosso crescimento, pois tínhamos o espaço e os processos condicionados pelas adaptações ao longo dos anos”, salienta Nuno Sequeira. A nova unidade fabril conta com dez hectares e contribui para que a empresa se posicione como o líder ibérico no setor.

Ainda de acordo com o CEO da empresa, a exportação trouxe novos mercados e novas necessidades, nomeadamente em termos de produto e de standards de qualidade. Com esta nova fábrica, “teremos novos equipamentos, robotização de soldadura, nova linha de pintura de última geração, não poluente, também com robotização”. O gestor acredita que são investimentos que vão melhorar a qualidade final do produto, para responder aos novos mercados e aos requisitos ambientais da nova diretiva Ecodesign que entram em vigor em 2022. Sem esquecer a oportunidade de investir em painéis solares com produção de 550 kW de energia e o início da renovação da sua frota automóvel para veículos elétricos.

Questionado sobre se a crise trazida pelo coronavírus não refreou esta aposta na nova fábrica, Nuno Sequeira assume que “as razões deste novo investimento, não se alteraram com a pandemia. A pandemia trouxe-nos alguma contenção da procura durante alguns meses, mas o rationale dos nossos produtos e o aquecimento das casas com a energia mais económica e sustentável na Europa mantém-se e não se alterou”.

 “A Solzaima tem visto o seu negócio prosperar com um crescimento médio de 10% nos últimos três anos, onde o impacto crescente da exportação dos seus produtos para países como Espanha, França, Irlanda ou Brasil tem sido fundamental”.

O gestor lembra que houve “momentos conturbados durante este ano, como os meses do início da pandemia, onde os nossos principais mercados de exportação fecharam e as vendas caíram subitamente”. Mas destaca que “felizmente que estamos num negócio de conforto das habitações e as pessoas irão passar mais tempo em casa nos próximos tempos e vão querer as casas confortáveis”. Aliás, Setembro e Outubro “já mostraram uma forte aceleração da procura, face ao ano anterior”.

O CEO da Solzaima salienta que as vendas no mercado de exportação já “representam 35% do negócio, com Espanha e França a representar a maior fatia desta exportação. São países onde já temos uma equipa comercial própria e estamos a consolidar a marca”. Nuno Sequeira acredita que, nos próximos cinco anos, a empesa terá “metade das nossas vendas na exportação. Há cerca de cinco anos quase não exportávamos”. O CEO da Solzaima explica que assumiram que tinham as condições para avançar para o mercado externo, Mas realça que “foi um caminho longo e duro, que está apenas no início, de adaptação do produto, da empresa, de cultura da equipa e de introdução das nossas marcas em países que não as conheciam”. Apesar de admitir que tem levado mais tempo do que aquele que se previu no início, a verdade é que já se assiste a uma consolidação progressiva e uma aceleração de alguns mercados o que deixa antever boas perspetivas de futuro. Temos também conseguido ganhar alguns contratos de fabrico com fabricantes europeus do sector, para quem estamos a começar a produzir alguns dos seus produtos de biomassa e que veem a produção em Portugal e na Solzaima como uma excelente solução. É também um dos nossos drivers de crescimento.

Hoje a empresa conta com cerca de 170 colaboradores quando, em 2008, tinha cerca de 50 colaboradores. A mesma fonte sublinha que “o nosso caminho tem sido de investimento e de crescimento. Isto é a prova de que a empresa tem vindo a investir no seu capital humano e o ritmo de crescimento no negócio também acompanha o ritmo de novas contratações”. O corpo de engenharia que desenvolve e fabrica todos os equipamentos das três marcas já inclui mais de 20 engenheiros. “O nosso DNA é de crescimento e este novo investimento é o sinal de que continuamos a acreditar”.

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