Esta é a primeira BTL depois das restrições da pandemia. Quais são as expetativas?
As expectativas são muito positivas. Estamos certos de que será uma das melhores edições de sempre, face aos dados que temos à data de hoje. Será marcada por uma grande representatividade do destino nacional nos diferentes segmentos da oferta turística. Este ano conta com a Entidade Regional do Turismo do Centro como região convidada e Aveiro como município convidado. Estamos certos de que contribuirá fortemente para o sucesso da BTL 2023. Além disto, temos a Tunísia como destino internacional convidado. No que se refere à área internacional, há um reforço do Pavilhão 4 que é onde se encontram os destinos internacionais e a área da distribuição, em que contamos com cerca de 75 destinos internacionais. Temos também um reforço, no que diz respeito, à internacionalização da BTL, do programa de buyers em que contamos com 120 hosted buyers oriundos de 26 mercados emissores que vão estar na BTL de 1 a 5 de março a reunirem-se com empresas que têm oferta do produto turístico do destino Portugal.
Mas quais os dados que levam a acreditar que será a melhor edição de sempre?
Estamos com a capacidade máxima da taxa, a 100%. Temos a área internacional sem qualquer possibilidade e com destinos internacionais em lista de espera. O Pavilhão do alojamento, que é o 3, completamente lotado. Podemos dizer, que, neste momento, atingimos a capacidade máxima da área coberta dos pavilhões da FIL que são cerca de 41 mil metros quadrados. O nosso objetivo não é atingir propriamente recordes, mas sobretudo contribuir para o desenvolvimento económico do turismo e do país. Com estes dados, tudo indica que será a melhor BTL de sempre.
O que levou à escolha da Tunísia como país convidado?
Habitualmente temos alguns destinos internacionais e aqueles que são mais procurados pelos turistas portugueses. A Tunísia é um dos destinos que tem vindo a crescer nesse campo. E foi a Tunísia que, de todos os que elegemos como potenciais destinos em destaque na BTL 23, respondeu a todos os requisitos propostos pela organização. A base é sempre os destinos eleitos pelos turistas portugueses. A BTL este ano será uma oportunidade para a Tunísia poder mostrar e promover toda a sua oferta turística ainda não promovida no mercado português.
E contam também com a presença dos países lusófonos…
Sim. É uma presença que tem sido constante. Temos Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Angola, entretanto, acabou por desistir à última da hora, sendo que só recebemos uma notificação na semana passada a dizer que este ano não iriam participar. Vamos ter uma grande representação do Brasil e também da América Central.
Há um reforço da procura de hosted buyers. Continua a haver interesse em fazer negócio com o destino Portugal?
Sim, sem dúvida. A BTL, no fundo, é o reflexo do trabalho que o destino Portugal tem feito também a nível internacional, leia-se o trabalho que o Turismo de Portugal e as entidades regionais de turismo têm feito que é excecional na promoção do destino. Isso acaba por se refletir no interesse que estes compradores internacionais têm no mercado português e que culmina na BTL que é o maior evento onde o destino Portugal está presente.
Este ano vai haver também a Bolsa de Empregabilidade para ajudar a colmatar a falta de mão-de-obra?
A Bolsa de Empregabilidade é um projeto que se realizou até à edição passada através de uma parceria com a BTL, sendo organizada por uma entidade externa e decorria durante dois dias. Este ano não vamos ter a Bolsa de empregabilidade aqui na BTL. Continuamos a ter a área de formação com a presença de uma série de escolas focadas no turismo. A parte de emprego este ano não vamos ter, mas é uma área que a BTL tem na agenda e que na próxima edição irá desenvolver.
Até que ponto há fôlego dos operadores para recuperar os patamares que o setor atingiu na pré-pandemia?
Os dados de 2022 mostram que o setor do turismo já voltou quase aos números históricos de 2019 que foi o melhor ano de sempre, o que acaba por se refletir na BTL com toda a dinâmica que estamos a sentir por parte dos expositores de todos os segmentos do turismo em querer estar na BTL para voltar a dinamizar e promover os seu negócio.
Em termos de inovação, quais as novas ofertas que já estão no mercado e que atraem novos turistas que não olhavam tanto para Portugal?
Portugal sempre foi visto, até há alguns anos, como sol e praia. Hoje há uma série de segmentos que têm vindo a ser desenvolvidos no setor do turismo como o enoturismo, a parte cultural, o turismo industrial, o religioso. Portugal tem já uma oferta bastante diversificada de segmentos na sua oferta turística, não é só o sol e praia que atrai os turistas. Por essa razão, temos a BTL Cultural que é uma área em destaque no evento que reúne vários equipamentos culturais e operadores. A parte da BTL LAB que é uma área de inovação onde reunimos uma série de empresas focadas na inovação e nas tecnologias que no fundo apoiam o setor na transformação e digitalização do seu negócio. Temos a área de BTL Enoturismo, como referi. E este ano, como novidade, temos a BTL LGBTI+ que é uma área que reúne promotores e empresas com oferta turística muito focada neste segmento.
Portugal é visto como um destino friendly para este segmento LGBTI+?
Sim. E foi uma feliz coincidência o lançamento da BTL LGBTI+ no ano em que Portugal ganha a candidatura para a organização do EuroPride 2025. É uma feliz coincidência porque decidimos lançar esta área na BTL muito antes do resultado da candidatura. Mas, seguramente, a promoção do EuroPride será um dos temas durante os dias da BTL.
Já é possível aferir o real impacto da BTL no setor?
Essa é uma pergunta difícil de responder. Fazemos sempre um inquérito aos expositores e esta é uma das perguntas que colocamos. Mas nunca conseguimos obter resposta, pelo que continuamos a não ter essa informação sem que os expositores respondam. Mas estamos seguros de que, a BTL é uma alavanca para o setor do turismo na parte do B2B. E, da parte do B2C estamos também seguros que, para as agências que estão presentes é uma forma de antecipar as vendas para as férias do Verão. É um momento muito importante para estas empresas.
E mais uma vez o segmento do alojamento respondeu em força?
Sim. Além das grandes cadeias hoteleiras portugueses, as marcas de cadeias internacionais que operam no mercado português estão presentes e depois há uma série de pequenos hotéis que também marcam presença nesta área. Há uma grande diversidade de oferta nacional no segmento da hotelaria. Estamos certos que vamos superar o número de expositores de 2022, em que, tivemos cerca de 1400 expositores. Nesta edição vamos ultrapassar os números de 2022.
A feira também dá palco a temas essenciais para o setor…
Sim. Temos a área da programação em que no palco principal teremos temas centrais como a sustentabilidade, a inovação e os recursos humanos em termos da sua formação e requalificação e retenção de talentos. Depois teremos um conjunto de temas que são abordados associados às áreas temáticas como conferências na área da cultura, soluções tecnológicas e na área LGBTI+.