A conferência “Investir em Portugal: Transformação, Inovação e Competitividade”, organizada pelo Iscte Executive Education, debateu o estado da competitividade da indústria transformadora em Portugal.
As oportunidades resultantes da internacionalização das empresas e da captação de investimento estrangeiro e os desafios existentes em reter empresas foram tópicos abordados.
Rui Vinhas da Silva, membro da Comissão Executiva do Iscte Executive Education, referiu que se por um lado é feito um excelente trabalho a nível de infraestruturas e logística no país, por outro lado, no que respeita ao investimento em transparência, ética, pessoas e inovação, há um longo caminho a percorrer.
A respeito do investimento em pessoas, da atração e retenção de talento em Portugal, Mafalda Vasconcelos (EDP), Marcelo Nico (Tabaqueira), Nuno Fernandes Thomaz (Sogepoc) e Vítor Coelho (Navigator) foram consensuais em considerar que não se pode continuar a pagar salários abaixo de mil euros a recém-licenciados, que investiram em formação superior de qualidade, sendo esta valorizada e apreciada por empresas estrangeiras, que reconhecem a qualidade destes profissionais e rapidamente os contratam.
Entre estes participantes, a opinião foi unânime: é cada vez mais difícil conseguir mão de obra qualificada, porque aquela que formamos está a sair do país.
A esse propósito, José Crespo de Carvalho, Presidente do Iscte Executive Education, afirma que “estamos a exportar, pela primeira vez e como nunca, alunos do ensino superior. Há grandes empresas internacionais que os vêm buscar a Portugal e, se nós portugueses, não os reconhecemos como bons, pois que os grandes os venham buscar. Que haja alguém que lhes dê valor”.
Crespo de Carvalho acrescenta: “Portugal tem 5 escolas de gestão do ranking Financial Times, Espanha tem 4, e somos um país pequeno! Significa que a Google, a Amazon, a Meta, entre outros, vêm a Portugal e levam-nos os quadros. Porquê? Porque são bons. Nós estamos a produzir bons quadros, o nosso papel no ensino superior não está assim tão mal, apesar de não os conseguirmos reter”.