As eleições presidenciais nos Estados Unidos, a decorrer em novembro deste ano, já estão ao rubro e os partidos tudo fazem para recolher o apoio dos cidadãos. Se forem bilionários melhor ainda. Certo é que apenas 50 das famílias mais abastadas dos Estados Unido já injetaram mais de 600 milhões de dólares (cerca de 552 milhões de euros) no sistema político em doações para os partidos políticos, PAC (Political Action Committee), e Super PAC, noticiou o Huffpost.
Os dados agora divulgados foram recolhidos pela organização sem fins lucrativos American for Tax Fairness (ATF), que acompanhou as 50 principiais famílias norte-americanas, com uma fortuna conjunta de mais de um bilião de dólares (cerca de 920 mil milhões de euros), que injetaram mais dinheiro nas campanhas. As 10 principais famílias doadoras foram responsáveis por mais de metade dos gastos globais das 50 famílias.
Cerca de 69% das suas doações foram destinadas a candidatos ou causas republicanas, incluindo a Super PAC que apoia a campanha de reeleição de Donald Trump, e a Americans for Prosperity Action, uma PAC ligada à família Koch, que apoia candidatos conservadores.
Os autores do estudo, Zachary Tashman e William Rice, mostram ainda que cerca de 69% das suas doações foram destinadas a candidatos ou causas republicanas, incluindo a Super PAC que apoia a campanha de reeleição de Donald Trump, e a Americans for Prosperity Action, uma PAC ligada à família Koch, que apoia candidatos conservadores.
Deste montante, apenas 23% foi canalizado para grupos de apoio aos democratas, sendo que a restante percentagem não tinha uma filiação partidária clara.
Investimento na proteção da sua riqueza
Os autores do estudo argumentaram que esta inclinação para o Partido Republicano mostra claramente que os gastos das famílias bilionárias norte-americanas na campanha são um investimento na preservação da sua riqueza e poder. Isto porque muito dos democratas defendem que devem ser aumentados os impostos sobre os rendimentos das empresas e os impostos sobre os mais ricos, enquanto as políticas republicanas preservam mais as grandes fortunas da carga de impostos.
O maior doador individual até agora é o bilionário Jeff Yass, com donativos que ascenderam as 70 milhões de dólares (cerca de 64,4 milhões de euros), destinados às campanhas de Trump, seguindo-se o gestor de fundos Ken Griffith, que concentrou parte dos seus donativos no candidato David McCormick e Larry Hogan, que concorrem a senadores. Reid Hoffman, fundador do Linkedin, é o maior doador democrata e apoia a reeleição de Joe Biden.
Dos 600 milhões de dólares apenas 23% foi canalizado para grupos de apoio aos democratas.
Se está a perguntar-se se não existem limites legais para as contribuições nas campanhas, a verdade é que existem sim, para candidatos individuais, partidos políticos, e PAC, mas, devido a uma decisão do Supremo Tribunal de 2010, não há contribuição máxima para comités de despesas independentes, conhecidas como as Super PAC. Estas Super PAC são mecanismos de financiamento autorizados, através de empresas e sindicatos, sem limites máximos, que dão maior poder de influência aos muitos ricos.