A capital da Guiné Equatorial, Malabo, vai receber a Cimeira de Negócios da Confederação Empresarial da CPLP (CE-CPLP). Quais vão ser os pontos-chave?
Permitir que empresas tenham a possibilidade de interagir entre si e igualmente com os governantes dos nove países, na busca de oportunidades de concretização de negócios, difusão de parcerias e know-how. Neste momento especial que estamos a viver a nível mundial é importante as empresas olharem para outros mercados. Encontrar pontos de ligação nos vários setores de atividade de forma a aumentar a competitividade e tornarem se mais apetecíveis. No atual contexto pandémico, esta é uma oportunidade para o impulsionamento, dinamização e revitalização das empresas da Comunidade CPLP, apoiando-as no processo de internacionalização, mas também para o reforço dos laços entre os países.
Nesta fase, qual a expectativa do número de empresas participantes e setores com maior representação?
Vão participar na Cimeira de Negócios de Malabo, cerca de 300 empresas e empresários dos nove países da CPLP. Os setores de atividade apurados, até ao momento, são agricultura, construção e infraestruturas, consultoria financeira, turismo e hotelaria, administração portuária, indústria do pescado, energia e gás, petróleo, saúde, educação e formação, indústria automóvel, imobiliário, produtos alimentares, economia digital, transportes, economia social, etc.
Haverá oportunidade para a assinatura de protocolos económicos ao longo da Cimeira…
Sim, prevemos assinar alguns protocolos entre a Confederação Empresarial da CPLP e algumas entidades e associações e também com o governo.
O atual cenário de pandemia pode condicionar a realização da Cimeira?
Obviamente seria vontade comum que não houvesse pandemia, por todas as razões, mas a verdade é que ela existe e temos de encontrar mecanismos para lidar com esta realidade da melhor forma possível. Com a total colaboração do governo da Guiné Equatorial conseguimos criar uma boa logística planeada ao pormenor de forma a salvaguardar e garantir todos os procedimentos sanitários. Vamos ter voos autorizados pelo governo da Guiné Equatorial, da companhia aérea CEIBA, a sair de três países, Angola, Moçambique e Portugal, unicamente para transportar a comitiva empresarial e governamental dos países, distanciamento obrigatório, testes rápidos gratuitos, entre outras medidas.
Quais têm sido as apostas estratégicas da Confederação Empresarial da CPLP no sentido de impulsionar o ambiente de negócios nos nove países membros?
A essência da Confederação Empresarial da CPLP é melhorar e fortalecer o ambiente económico da comunidade de países de língua portuguesa. Para alcançar este propósito a nossa aposta tem por base, um vasto leque de serviços e iniciativas que prestamos ao tecido empresarial, nomeadamente na busca de instrumentos e linhas disponíveis para implementação de projetos. Apoiar nas importações e exportações, estimular as parcerias de cooperação que resultam de aumento de trocas comerciais, fomentar o crescimento do setor privado de forma sustentável, incluso e duradouro, sempre com especial atenção na inclusão social.
Em traços gerais, quais as ferramentas que a CE-CPLP dispõe para ajudar este tecido empresarial na concretização de negócios?
As nossas ferramentas são efetivamente vastas, estamos presentes em nove países, quatro continentes – África, América, Ásia e Europa –, nas seis comunidades económicas regionais ASEAN, CEDEAO, CEEAC, SADC, MERCOSUL e União Europeia. Todos estes mercados permitem a Confederação Empresarial da CPLP criar uma gigante plataforma e trabalhar uma rede de contatos fundamentais para impulsionar o crescimento do setor privado que é o motor do desenvolvimento económico. Temos ainda o privilégio de estar nos dois continentes promissores de potencial de crescimento económico mundial, África e Ásia. A nossa fatia no panorama global destacamos os sectores chaves como a agricultura, recursos naturais, energia e turismo.
Que outras iniciativas a CE-CPLP tem planeadas para ajudar na concretização de negócios?
No decorrer deste ano temos planeada três Cimeiras de Negócios. Além da Guiné Equatorial vamos ter ainda Angola e Guiné Bissau. No próximo ano vão acontecer outras. O objetivo é fazer nos nove países da comunidade. Isto para criar e divulgar as oportunidades de negócio, de forma a consolidar e criar estratégias de investimento para as empresas. Contribuir para a criação de uma imagem credível e de confiabilidade nos negócios. Desenvolver estratégias de financiamento junto dos organismos financeiros e ainda realizar planos estratégicos de intervenção, de forma a captar novos investidores. Participar e promover eventos de natureza empresarial com encontros Business to Business. A criação de produtos Premium com selo CPLP. Fomentar iniciativas de formação e capacitação. Desenvolver atividades e ações de responsabilidade social e ainda consciência ambiental, estas são algum reflexo de iniciativas já implementadas e outras já no nosso horizonte próximo.
A pouco mais de três semanas do evento de Malabo, qual o balanço que é possível fazer quanto à organização do evento?
Realço e agradeço todo o empenho e apoio incondicional do governo da Guiné Equatorial que acolheu, desde a primeira hora, esta iniciativa da confederação empresarial da CPLP, considerando importante fortalecer os laços de amizade mútua entre os países da Comunidade, como forma de promover o contacto entre sector empresarial e Governos, com vista à criação de oportunidades de negócio e facilitação económica. Enquanto país anfitrião, tornou possível a realização ao mais alto nível, oferecendo a CE-CPLP, as condições necessárias para a concretização do referido evento. No âmbito daquilo que é o propósito da CE-CPLP, estimular a criação de plataformas empresariais, a cooperação e o estabelecimento de parcerias entre diversas instituições e empresas, de forma a cumprir o seu desígnio de impulsionar e fortalecer o quarto pilar da CPLP, o económico a afirmar ainda este ano, temos planeado já ainda este ano outras cimeiras de negócios nos outros países CPLP.