A consultora global de negócio e tecnologia NTT DATA, acaba de apresentar o primeiro Barómetro de Inovação Clínica, para caracterizar a visão e os desafios enfrentados pelos Centros de Investigação Clínica (CIC) em Portugal, no campo da inovação.
Este Barómetro de Inovação Clínica inquiriu a totalidade das ULS – Unidades Locais de Saúde (39) e IPOs (3) do país, bem como quatro grupos privados de saúde, durante os meses de setembro e outubro de 2024, tendo obtido o contributo de 35 entidades. A análise incidiu em quatro dimensões-chave dos Centros de Inovação Clínica: Estratégia e Reconhecimento, Capacidade e Autonomia, Desenvolvimento de Carreiras e Transformação Digital.
De acordo com este levantamento, 63% dos inquiridos entende que o papel estratégico dos Centros de Investigação Clínica não é devidamente reconhecido pela sociedade, ao contrário do que acontece com as administrações hospitalares, que os valorizam bastante. Este facto, poderá estar relacionado com o reduzido investimento na promoção da literacia em saúde da população, que o Barómetro também constata.
O reduzido investimento na promoção da literacia em saúde faz com que a sociedade não valorize devidamente o papel dos centros de investigação clínica.
A maioria dos CIC (68%) considera ter uma autonomia elevada ou total no que respeita à definição da estratégia e à definição de indicadores de desempenho (os KPI). No entanto, tal não se verifica na contratação de recursos humanos e na atribuição de incentivos aos profissionais, domínio nos quais a autonomia é considerada reduzida (91%). Neste estudo, 83% dos inquiridos defendem que o tempo protegido para investigação é uma prioridade urgente, mas esta dimensão encontra entraves financeiros e operacionais, o que dificulta a criação de condições adequadas para atrair e reter talento nos Centros.
Elevada cooperação com a indústria farmacêutica, mas reduzida colaboração com associações de doentes, indica Barómetro.
O Barómetro evidência igualmente o reconhecimento de um elevado nível de cooperação dos CIC com a indústria farmacêutica – 83% – ao passo que o nível de colaboração com as associações de doentes é considerado reduzido pela grande maioria das entidades (86%).
A análise conduzida pela NTT DATA revela que as prioridades estratégicas mais relevantes para os CIC e as áreas que reúnem o maior investimento financeiro são a capacitação das equipas e a desmaterialização de processos.