Gerir o capital humano é a base para o crescimento de uma empresa, uma vez que é o trabalho e o desempenho dos colaboradores que irá determinar os bons ou maus resultados organizacionais
Neste contexto, a PHC Software lançou no mercado o HCM – Human Capital Management, uma ferramenta que pretende alinhar a tecnologia com os talentos da organização.
A lógica é ter um modelo de gestão de recursos humanos que vá para além da gestão tradicional, alinhando os objetivos e resultados organizacionais com o modelo de compensação individual para extrair o melhor dos colaboradores.
A propósito desta novidade, conversamos com Armando Gaspar, Gestor de Projeto na PHC Software, que destaca o facto de, atualmente, os departamentos de recursos humanos serem “cada vez mais preponderantes nas metas dos negócios. E novas formas de fazer negócio requerem novas formas de envolver e desenvolver as pessoas”.
Esta é a vossa resposta à tendência do mercado de adotar softwares all-in-one?
Armando Gaspar (AG): É um facto que a PHC, desde a sua génese, teve sempre a preocupação em ter uma oferta abrangente, transversal e integrada para a gestão empresarial, mas sempre de uma forma modular, nomeadamente para as áreas da gestão do negócio. As prioridades de cada empresa são distintas e cada uma deve poder decidir por onde começar e se desejar ir complementando as restantes áreas da empresa.
Desta forma a abordagem tida à necessidade mais emergente na gestão de pessoas, não poderia ser diferente, ou seja, todos estes novos desafios não se esgotam no processamento de salários, marcações de férias e cumprimento das obrigações legais, existe muito mais.
Foi para responder a esse desafio que nasceu a solução PHC CS HCM, composta por vários módulos.
Tudo isto torna solução PHC CS HCM um All-in-one que, por ser modelar, permite cada empresa escolher por onde que começar e atuar na área ou áreas que considera mais importantes.
O que distingue esta solução de Human Capital Management criada pela PHC Software de outras que estão no mercado?
AG: A solução PHC CS Human Capital Management, vem trazer essencialmente cinco novas características ao mercado de software de gestão de capital humano.
Em primeiro lugar é uma solução completa – existem muitas soluções no mercado focadas em algumas partes do processo, mas o HCM engloba todos os principais pontos de interesse na gestão do processo de colaboradores. Tem também uma framework – que permite uma forte capacidade de personalização do software à empresa, o que lhe confere maior versatilidade.
Depois tem a capacidade de Integração com o ERP – é possível integrar esta solução com o software de gestão, o que permite que seja feita uma gestão de pessoas no mesmo local que se faz a gestão do negócio. Adicionalmente, tem também uma total integração com módulo de RGPD – o que permite ao software estar em perfeita harmonia com os requisitos legais (inclusive com o Portal das Denúncias, imposto por lei para empresas com mais de 50 colaboradores);
E tudo isto tem por base uma analítica forte: a solução tem uma especial atenção à chamada “people analytics”, reunindo um conjunto de dashboards/métricas que permite uma melhor e mais informada gestão dos colaboradores.
O somatório de todas estas componentes faz com que a solução seja uma oferta muito completa para o tecido empresarial e contribuindo para que as empresas estejam preparadas e abracem a mudança com segurança e confiança rumo ao futuro.
Em termos de gestão de recursos humanos, que lacunas vem esta aplicação colmatar?
AG: Existem algumas áreas da gestão de recursos humanos que consideramos que ficam altamente melhoradas com o auxílio de software de Human Capital Management, mas a principal prende-se com a gestão de tempo.
Atualmente os departamentos de recursos humanos são cada vez mais preponderantes nas metas dos negócios. E novas formas de fazer negócio requerem novas formas de envolver e desenvolver as pessoas. Por isso, as equipas de RH, desempenham um papel fundamental para que as empresas consigam atrair e reter as melhores pessoas – pois se não o fizerem estas vão sair para a concorrência.
Mas para que as equipas de gestão de capital humano estejam completamente focadas em proporcionar a melhor experiência a cada colaborador estas têm de ter tempo – e esse tempo só pode ser obtido com o apoio da tecnologia. Só assim é possível ter a velocidade e a elasticidade para dar resposta aos desafios da sociedade de informação.
As equipas de RH desempenham um papel fundamental para que as empresas consigam atrair e reter as melhores pessoas: “Se não o fizerem, essas pessoas vão sair para a concorrência”, refere Armando Gaspar, Gestor de Projeto na PHC Software.
De que forma concreta, exemplificando, pode esta ferramenta informática apoiar a gestão de recursos humanos?
AG: Concretamente, a ferramenta possibilita um melhor acompanhamento e apoio da gestão de capital humano em três áreas:
Primeiro o recrutamento. Com o PHC CS Recrutamento a empresa passa a disponibilizar as oportunidades de emprego de forma ágil e rápida, e esta velocidade pode fazer a diferença no recrutamento dos melhores talentos. Sabemos que a primeira impressão conta, por isso não chega ser rápido a criar e disponibilizar as ofertas de emprego, é também importante a celeridade do feedback dado ao candidato. Esta rapidez é ainda mais relevante nas novas gerações, e leva os candidatos a considerarem (ou não) que a empresa realmente se interessa e investe nas pessoas.
Depois além de recrutar é também importante valorizar os colaboradores que já fazem parte da organização – onde o desafio passa por manter envolvidos e motivados colaboradores com expetativas e necessidades muito distintas. É aqui que entra o módulo PHC CS Careers, que tem dois objetivos distintos, o de capacitar e o de avaliar os colaboradores da empresa. Aqui a formação e a avaliação são o mais importante. Ambos são cruciais no crescimento e valorização dos colaboradores e equipas.
Finalmente a garantia dos níveis de satisfação de todos os colaboradores. O PHC CS Happiness tem várias valências, por um lado promover a cultura e valores da empresa, ao criar e planear momentos de pausa para lazer e descontração, reforçando o coletivo e sentimento de pertença. Ao mesmo tempo disponibiliza mecanismos para gerir o bem-estar e a felicidade corporativa, o que faz aumentar o compromisso individual e levar cada um a dar o melhor de si próprio.
Adicionalmente, e porque cada empresa tem desafios diferentes tornamos a solução modular, o que permite a cada empresa escolher por onde quer começar e depois ir evoluindo em função do seu ritmo e necessidades.
“Além de recrutar é também importante valorizar os colaboradores que já fazem parte da organização – onde o desafio passa por manter envolvidos e motivados colaboradores com expetativas e necessidades muito distintas.”
Este software representa um passo para a transformação digital da gestão de RH nas empresas? Do ponto de vista da transformação digital das empresas, que análise fazem do mercado?
AG: Sem dúvida. Consideramos que uma das tendências futuras para a transformação digital das empresas será a utilização da tecnologia na gestão de capital humano.
Com a crescente exigência de velocidade de crescimento das empresas, os departamentos de recursos humanos ganham um papel cada vez mais importante nas metas dos negócios. Isto requer novas formas de envolver e desenvolver as pessoas, tornando-se essencial uma abordagem abrangente do colaborador. É por isso que a sua jornada deve ser automatizada, (desde a sua integração e desenvolvimento até ao seu reconhecimento) – de modo que as empresas possam fazer mais pelos seus colaboradores, com os mesmos recursos.
Existem soluções muito especializadas, que dão uma boa resposta a uma das áreas do HCM, como por exemplo o recrutamento, o que leva as empresas a terem 2 ou 3 fornecedores de software para poderem ter a solução completa o que entre vários aspetos leva a uma fragmentação dos dados e um baixo índice de integração.
A solução PHC CS HCM posiciona-se como resposta a este vazio, por um lado uma solução abrangente e integrada para as principais áreas da gestão de pessoas e em linha com as necessidades do mid-market, ao mesmo tempo está também integrada com as restantes soluções PHC (nomeadamente com o sistema de ERP), o que permite responder às 2 principais áreas da gestão das empresas, o seu negócio e as suas pessoas.
“Os departamentos de recursos humanos ganham um papel cada vez mais importante nas metas dos negócios. Isto requer novas formas de envolver e desenvolver as pessoas”
Para a empresa há uma maior racionalidade nos processos de HR com este tipo de software. Mas que benefícios oferece esta aplicação para os próprios colaboradores?
AG: Quando falamos de Gestão de Recursos Humanos é imperativo que a organização consiga satisfazer e equilibrar as necessidades pessoais e profissionais de cada colaborador, promovendo um clima saudável e propício para o melhor desempenho das funções.
Neste sentido, o módulo de Careers permite a avaliação de desempenho, de líderes, de pares e mesmo a autoavaliação. Este registo permite medir a evolução dos candidatos e da sua satisfação. Com esta ferramenta, não só vai avaliar as necessidades reais de formação, como vai potenciar o desenvolvimento gradual dos seus colaboradores e ainda promover o recrutamento interno.
Outro módulo diferenciador e com grandes benefícios para o colaborador é o PHC Happiness, aqui os colaboradores tem disponível entre muitas funcionalidades uma rede social empresarial, que tal como nas redes socias pessoais, pode colocar artigos e comentar os mesmos, assim como atribuir um “gosto”.
Um dos módulos que compõe este software é o “PHC CS Happiness”. Em que consiste?
AG: Além da felicidade ter sido desde início uma parte integrante do ADN da PHC Software, consideramos que é um veículo para um aumento de produtividade das empresas. Assim o HCM Happiness é a resposta tecnológica a essa mudança de mentalidade e a um maior foco no bem-estar do colaborador – pois os modelos do passado que trouxeram as empresas com sucesso até aqui, não vão ser seguramente os mesmos que as vão levar rumo ao futuro.
Nesta área de happiness, o software prevê algumas novidades interessantes. O Happy Calendar por exemplo, onde são dinamizados momentos promovidos pela empresa (como sessões de coaching ou de mentoring que levam ao desenvolvimento pessoal) ou momentos para consultas de nutricionista ou fisioterapia disponibilizadas pela PHC. Já o Happy Score passa por um avaliador do bem-estar do colaborador, através de perguntas simples e diretas: “como te sentes hoje?”.
Este módulo não deixa de fora a gestão do trabalho e a produtividade ao disponibilizar as ferramentas certas como o quadrante da gestão do tempo em que o colaborador pode ver as suas tarefas classificadas entre o seu grau de urgência e importância. Assim como o colaborador sabe sempre o que tem para fazer e quando, ao ter tudo organizado em projetos para que nada fique esquecido ou seja entregue fora de prazo.
“O Happy Score passa por um avaliador do bem-estar do colaborador, através de perguntas simples e diretas: ‘como te sentes hoje?’”.
É um módulo que está também a ser implementado ou as empresas encaram-no como secundário?
AG: Tipicamente quando apresentamos a solução HCM, é um facto que as primeiras preocupações das empresas passam muito pelos desafios no recrutamento ou na formação e avaliação dos colaboradores, e claro em muitos dos casos também a questão dos vencimentos e dos aspetos legais, ficando para segundo plano os aspetos menos tangíveis com o bem-estar e felicidade no ambiente de trabalho.
Mas é um facto que temos sentido emergir uma nova geração de CEO’s e de Diretores de RH cujo percurso académico, formação ou até mesmo experiência pessoal já não considera estas temas como segundas escolhas, mas sim fundamentais e determinantes para o sucesso da empresa.
“As primeiras preocupações das empresas passam muito pelos desafios no recrutamento ou na formação e avaliação dos colaboradores, ficando para segundo plano os aspetos menos tangíveis com o bem-estar e felicidade no ambiente de trabalho”.
O bem-estar dos colaboradores é algo que as empresas estão a dar mais importância, tendo adquirido uma relevância que não tinha, com a pandemia?
AG: Consideramos que sim. Na PHC, desde muito cedo tivemos a filosofia de trabalhar orientados a objetivos, resultados e entregas, e mesmo antes da pandemia, já tínhamos como prioridade o bem-estar dos colaboradores.
De uma maneira geral, o tecido empresarial ainda é um pouco conservador, nomeadamente em relação a temas como a felicidade e bem-estar empresarial. Isto não é uma característica exclusiva de Portugal, mas está presente em muitas outras geografias – a PHC tem uma presença internacional e assistimos a desafios comuns em países diferentes. No entanto, após a pandemia, vemos que a saúde mental dos colaboradores é cada vez mais valorizada, tanto pelas empresas como pelos próprios colaboradores.
Foi um período que nos colocou a todos à prova e que desafiou muitas noções de trabalho mais conservadoras e tradicionais, e, portanto, vemos agora que o bem-estar dos colaborares é uma parte integral da relação entre a empresa e colaborador. No fundo, numa sociedade onde a competição pelo talento é cada vez maior, o bem-estar e produtividade dos colaboradores são atualmente um fator decisivo da competitividade das empresas.
“De uma maneira geral, o tecido empresarial ainda é um pouco conservador, nomeadamente em relação a temas como a felicidade e bem-estar empresarial”.
Da vossa experiência do mercado, consideram que a pandemia levou a que as empresas voltassem a recentrar mais o seu foco nos seus colaboradores?
AG: Sem dúvida. É um facto que o trabalho remoto ou o trabalho no modelo híbrido acelerado pela pandemia, levou a uma tomada de consciência generalizada de que é possível trabalhar de outras formas e também por isso o relevo de atualmente só se falar de soluções de HCM, as empresas estão a atravessar grandes desafios na gestão de pessoas.
Todos estes fatores contribuem para estejamos a assistir ao efeito a que alguns analistas já apelidam de uma sociedade Human centric ou seja uma sociedade que coloca as pessoas no centro, e as empresas não podem também elas deixar de aplicar e pôr em prática modelos que coloquem os colaboradores no centro sob pena de que vão perder talento e por conseguinte competitividade no seu negócio.
“As empresas não podem deixar de aplicar modelos que coloquem os colaboradores no centro sob pena de perderem talento e competitividade no negócio”.
Dos clientes em que o vosso software está instalado é possível traçarem um retrato ao “happy score” dos colaboradores das empresas, garantindo, naturalmente, a proteção de dados na resposta? Em que nível se encontra a satisfação dos funcionários das diferentes empresas nacionais com que trabalham e montaram este módulo?
AG: Convém clarificar que, independentemente do número de clientes a usar a solução PHC CS HCM, as bases de dados são sempre posse e responsabilidade de alojamento definido por cada um dos clientes, não tendo por isso a PHC acesso a qualquer tipo de informação de negócio das mesmas, nem mesmo de forma anonimizada. Assim não temos possibilidade de saber mesmo de forma agregada que respostas ou padrões ou até mesmos que questões são colocadas pelas empresas aos seus colaboradores.
Esta é uma solução nova, em que a PHC está agora a investir e a iniciar o seu caminho, no entanto alguns destes módulos já existiam no passado, e como podem ser adquiridos de forma isolada, já nos permite ter uma boa carteira de clientes a usar. A solução como um todo tem tido muita procura e neste momento já temos vários negócios em curso.
Existe um caso que posso partilhar, que é o da PHC, a PHC é um grande utilizador das soluções que desenvolve. Em relação ao nosso “Happy score”, a evolução nos últimos 12 meses mostra uma evolução favorável, pois reflete que os colaboradores estão mais felizes, ultrapassando até a nossa expectativa. O que nos deixa manifestamente muito satisfeitos com este resultado.
Quais são as principais aspirações demonstradas pelos colaboradores que as empresas não estão a saber corresponder na íntegra?
AG: Tal como referi no ponto anterior, a PHC não tem acesso às bases de dados e respetiva informação de clientes. A realidade da PHC pode ser elucidativa da gestão que fizemos destas situações.
Ao planearmos o regresso aos escritórios aquando do fim do confinamento, existiram duas questões que colocamos aos colaboradores: quantos dias os colaboradores gostariam de estar no escritório, assim como quais seriam os dias da semana escolhidos para tal. Na primeira questão, houve total concordância entre os PHCs e a administração e liderança PHC. Já os dois dias serem de livre escolha dos colaboradores não foi ao encontro da maioria. Entendemos que os dias deveriam ser fixos por equipa de forma a serem criados momentos de partilha entre todos, e assim sair reforçado e o sentimento de pertença e de compromisso promovendo vivencia da cultura e valores num espaço espetacular proporcionado pelas instalações da PHC.