As empresas perspetivam aumentar em 2,9% as exportações de bens este ano, face a 2023, contrariando a quebra acumulada de 1,1% entre janeiro e novembro do ano passado, segundo um inquérito hoje divulgado pelo INE.
Por Grandes Categorias Económicas (CGCE), o maior acréscimo é esperado nas exportações de “máquinas, outros bens de capital (exceto o material de transporte) e seus acessórios” (+4,5%), seguindo-se o “material de transporte e acessórios” (+4,3%), refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em sentido contrário, nos “fornecimentos industriais não especificados noutra categoria” prevê-se um decréscimo de 0,7%.
Realizado em novembro passado junto de 3.245 empresas (com uma taxa de resposta de 95%), correspondendo a cerca de 85% das exportações de bens do ano de 2022, o “Inquérito sobre Perspetivas de Exportação de Bens (IPEB)” é uma primeira previsão das empresas para a evolução esperada das suas exportações de bens em 2024 e pode, segundo adverte o INE, “refletir, em elevado grau, a incerteza quanto aos desenvolvimentos do enquadramento internacional”.
De acordo com o instituto estatístico, apenas as microempresas (com menos de 10 pessoas ao serviço, que representam apenas 5% das empresas analisadas) preveem uma diminuição das suas exportações de bens em 2024 (-3,8%), contrariando a expectativa da globalidade das empresas que responderam ao IPEB (+2,9%).
Já as restantes empresas esperam aumentos: +4,7% para as empresas de maior dimensão (com 250 ou mais pessoas ao serviço, que representam 15% das empresas em análise), +3,2% nas médias (52% das empresas em análise), +0,9% nas pequenas (28%).
As empresas integradas em grupos económicos preveem um acréscimo das suas exportações em 2024 (+4,2%), enquanto as empresas não pertencentes a um grupo económico apresentam uma ligeira diminuição (-0,7%).
Analisando os resultados tendo em conta os escalões de idade das empresas, verifica-se que em todos os escalões se perspetiva um crescimento das exportações de bens em 2024, que é, contudo, “de menor expressão” nas empresas adultas (+1,3%), enquanto as empresas jovens e seniores apontam para “aumentos mais significativos” (+4,2% e +4,5%, respetivamente).
No que respeita às empresas por tipo de tecnologia, as classificadas em setores de baixa e média baixa tecnologia antecipam um crescimento mais significativo (+4,6%) do que as de alta e média alta tecnologia (+2,8%).
O INE refere ainda que as empresas que desenvolvem atividades de inovação perspetivam aumentos mais significativos das suas exportações de bens em 2024 (+5,7%), enquanto as empresas consideradas como não inovadoras esperam um acréscimo de 1,2%.
“De notar que as atividades de inovação incluem inovação de produto e/ou de processo e, portanto, com impacto que pode ser significativo na diferenciação das empresas nos mercados internacionais”, esclarece o instituto estatístico.
Por sua vez, as empresas com um índice de intensidade digital muito alto e alto perspetivam acréscimos nas suas exportações em 2024 (+10,4% e +3,1%, respetivamente), enquanto as de índice de intensidade digital baixo e muito baixo perspetivam diminuições (-1,8% e -1,4%, respetivamente).
De acordo com o INE, as expectativas das empresas para a evolução das suas exportações de bens em 2023 diferem nos vários setores de atividade, “havendo, por um lado, aumentos esperados em resultado de acréscimos de preços ou da implementação de novas linhas de produção e, por outro, perspetivas de redução da atividade exportadora decorrentes da antecipação da contração da procura, de paragens programadas ou descontinuidade de linhas de produção, em resposta às condições de mercado, às disrupções nas cadeias de valor global e aos aumentos nos custos dos fatores de produção”.
“A incerteza quanto à evolução dos preços volta a ser apontada pelas empresas como um fator que influencia de forma significativa as suas previsões de exportação de bens para 2024, bem como novas linhas de produção ou novos produtos e mercados”, destaca.
Lusa