No mundo empresarial, as startups ambicionam chegar a unicórnio, estatuto atribuído às empresas que alcançam uma avaliação, por parte dos investidores, de mil milhões de dólares. Portugal apenas tem um unicórnio sediado no país, a Feedzai, mas tem mais seis, fora de fronteiras, mas com fundadores portugueses (uma delas já perdeu o estatuto, a Farfech).
Porém, há outros conceitos que também têm impacto no tecido empresarial como é o caso das empresas gazela. Falamos de sociedades que possuem menos de cinco anos de existência, têm, pelo menos, dez empregos e alcançaram um um crescimento médio anual superior a 20%, seja em volume de negócios ou no número de empregados, nos últimos três anos. Embora constituam uma reduzida parcela do tecido empresarial total, têm um impacto relevante na economia nacional.
Segundo as contas da Iberinform, especialista em recolha e análise de dados, no seu Insight View, Portugal conta atualmente com 1.229 empresas gazela, que, juntas, atingiram um volume de negócios de 2.936 milhões de euros. Este número compara com as 1.203 que existiam em dezembro de 2023, e que faturavam um total de 2.546 milhões de euros, representando um crescimento de 15% nas suas receitas.
A maior fatia encontra-se em Lisboa
Segundo esta análise, a maior fatia destas empresas situa-se em Lisboa, com 350 empresas gazela, representando 28% do total, seguindo-se o Porto, com 240, ou seja 20% do total. Braga captou cerca de 10% e Faro 7%. Estão distribuídas por 255 categorias de atividade (CAE) mas destacam-se sobretudo em setores como a construção e imobiliário, com uma parcela de 26%, a hotelaria e restauração, com 18% e a indústria, que capta cerca de 11% destas sociedades.
Mas como crescimento nem sempre quer dizer estabilidade financeira, a Iberinform alerta: 23% destas empresas apresentam um risco elevado de incumprimento. Na faixa do risco médio estão 61% destas sociedades e apenas 16% são de baixo risco.
Apesar do seu elevado crescimento, apenas 0,4% destas empresas alcançaram a grande dimensão, sendo que a maior parte – 63% – são pequenas empresas. Juntas empregam qualquer coisa como 45 mil pessoas.