Em média, 53% das empresas europeias investiram em ação climática em 2022, o que equivale a um incremento de 10 pontos percentuais face ao ano anterior. Os dados são do relatório do Climate Investment Report 2022-2023, do Banco Europeu de Investimento (BEI), que avança que as companhias europeias estão a intensificar os investimentos em mecanismos de combate às alterações climáticas. Assim, o aumento da parcela de empresas que estão mais comprometidas com os objetivos climáticos, uma recuperação pós-pandemia, deverá continuar.
Este crescimento foi sentido com mais intensidade em regiões como a Europa central e a Europa oriental, que registaram um crescimento de 15 pontos percentuais face à última análise realizada. Também as Pequenas e Médias Empresas (PME) registaram, em média, um crescimento de 11 pontos percentuais. Em Portugal, as empresas estão a investir um pouco abaixo da média europeia, cerca de 46%, mas relativamente às que têm planos para realizar investimentos futuros, a percentagem em Portugal, de 67%, é superior à média europeia, que se fica pelos 51%.
Utilizadores intensivos de energia investem mais
Os fabricantes que utilizam energia de forma mais intensiva estão a investir mais do que os que consomem menos, ou seja, 48% destas empresas estão a realizar investimentos no sentido de melhorar a transição energética. O estudo também mostra que, embora as companhias do velho continente estejam comprometidas com a transição climática, têm opiniões divergentes sobre o impacto desta nos seus negócios. Ou seja, enquanto 29% dos executivos estão otimistas em relação a esta transição, cerca de 32% estão pessimistas. A elevada incerteza em relação à economia está a travar a disponibilidade para investir em eficiência energética, já que segundo o relatório houve uma queda de 4 pontos percentuais, face a 2021, neste indicador. Cerca de 88% das empresas da União Europeia adotaram medidas de mitigação climática, sendo que a reciclagem e a eficiência energética são as mais adotadas.
Este crescimento foi sentido com mais intensidade em regiões como a Europa central e a Europa oriental
Este relatório revela ainda que mais empresas se sentem expostas a riscos climáticos físicos, como eventos climáticos extremos. Quase 60% das empresas europeias relatam enfrentar riscos físicos, enquanto 33% afirmam ter tomado ações para proteger os seus negócios desses mesmos riscos, sendo que Europa do sul sente mais esta ameaça.
“O futuro da Europa depende da nossa capacidade de transformar e abraçar as transições digital e verde. Isso exige investimentos ousados em ação climática e mitigação climática. As empresas da União Europeia perceberam que a mudança climática não é mais uma realidade distante”, disse, em comunicado, a economista chefe do BEI, Debora Revoltella.