O reforço das equipas em funções relacionadas com dados e tecnologia constituem o principal foco das empresas para os próximos três anos, dá conta uma análise dos especialistas em recursos humanos da Mercer.
Business Intelligence, Data Analytics e Data Science/Big Data Mining são as áreas profissionais apontadas como mais apetecíveis “pela importância global, velocidade de evolução e necessidades de recrutamento”, refere a Mercer.
Para além do domínio das áreas tecnológicas, as empresas – explica esta consultora – procuram profissionais com capacidade de adaptação, resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade.
As conclusões estão nos estudos “Future Jobs Survey Report” e “Future Skills Survey Report, realizados pela Mercer em parceria com a Crunchr, que apresentam tendências do emprego e das competências empresariais para os próximos três anos.
Para os próximos três anos espera-se um aumento da importância das áreas relacionados com dados, nomeadamente Business Intelligence & Data Analysis, Data Analytics e Data Science/Big Data Mining.
“Os inquiridos pontuam de forma elevada a importância global destas funções e a velocidade de evolução e consideram que requerem recrutamento externo, reconhecendo dificuldade na relação entre a procura e a oferta”, diz a Mercer.
Outra conclusão revelante do estudo é o facto de os inquiridos apontarem a utilização de Inteligência Artificial e da robótica como fatores para a melhoria da produtividade humana nas referidas funções (Data Analytics: 52%; Business Intelligence & Data Analytics: 48,8%; Data Science/Big Data Mining: 44,1%).
No plano oposto, enquanto funções/áreas menos críticas a curto e médio prazo surgem Contabilidade, Web Design e Vendas Presenciais.
Segundo a opinião dos inquiridos, Contabilidade (41%) e Apoio ao Cliente (35,9%) são as duas áreas mais suscetíveis à automatização parcial ou total.
Mais de metade dos inquiridos acredita que a área de Diversidade (52,8%) é a área que irá sofrer menos alterações no trabalho durante os próximos três anos, seguida dos departamentos de Vendas (44,9%) e de Desenvolvimento de Negócio (44,1%).
Espera-se que as funções de Desenvolvimento e Software de IT (24,4%) recebam cada vez mais recursos por meio de talentos externos, ao contrário de Gestão de Projeto (34,6%) que deve ser assumida por recursos internos das organizações.
“É crucial dotar as organizações de uma estratégia de talento que responda às expectativas de futuro”, refere Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer.
Em termos de outsourcing, o estudo conclui que este modelo será uma tendência cada vez mais utilizada para Web Design (18,1%), bem como Digital Internet Marketing (15%) e E-Commerce Web Operations (14,2%).
Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer diz que “é muito importante existir um trabalho rigoroso de preparação para as necessidades futuras de cada negócio, com o objetivo de ir preparando as competências e funções que se esperam vir a precisar para mitigar o impacto na produtividade. Com a escassez de talento que estamos a assistir e que se prevê continuar, será crucial dotar as organizações de uma estratégia de talento que responda às expectativas de futuro”.
Empresas procuram fluência tecnológica e traços de personalidade desejáveis
O estudo“Future Skills Survey Report” analisa as tendências das competências que as empresas mais valorizam, tendo em conta quatro áreas: “Competências Tecnológicas e de Inovação”, “Competências Comerciais”, “Traços de Personalidade” e “Competências Colaborativas”.
Formação e requalificação de competências dos colaboradores é fator crítico de sucesso para as empresas face às dificuldades de recrutamento.
“Os dados demonstram que existe a expectativa de que as competências relacionadas com fluência tecnológica e inovação se tornem cada vez mais importantes para as empresas durante os próximos três anos, seguidas por traços de personalidade desejáveis. Mentalidade de crescimento e adaptabilidade; competências relacionadas com o desenvolvimento de pessoas; resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade são os três grupos de soft skills identificadas como sendo as mais importantes para os próximos três anos, embora se reconheça a dificuldade em recrutar perfis com estas caraterísiticas”, explica a Mercer.
Aptidões relacionadas com o desenvolvimento pessoal, como resiliência, tolerância ao stress, flexibilidade e capacidade de colaboração estão entre as mais valorizadas pelas empresas.
No campo oposto, “enquanto competências individuais menos valorizadas são apontadas influência política interna/network; competências de vendas e pensamento transdisciplinar. As competências comerciais são vistas como menos críticas a curto e médio prazo”, refere a Mercer.
Apesar da sua importância, competências associadas ao Digital, ao TI e à Inteligência Emocional foram identificadas como as mais difíceis de encontrar no recrutamento de talento. As três competências mais comumente identificadas como suscetíveis à automatização estão relacionadas com as áreas administrativas, Recursos Humanos e Introdução de Dados.
“Future Jobs Survey Report” e “Future Skills Survey Report” são dois estudos desenvolvidos pela Mercer, empresa subsidiária da Marsh & McLennan Companies e contam com a parceria da Crunchr, uma plataforma de análise de pessoas.
O estudo “Future Jobs Survey Report” inquiriu 118 empresas de diferentes setores de atividade e localização geográfica, com o objetivo de refletir o estado a médio e longo prazo do emprego.
Para averiguar as tendências das competências empresariais durante os próximos três anos, 200 empresas em todo o mundo responderam ao questionário “Future Skills Survey Report”.