Interoperabilidade é a capacidade de os sistemas comunicarem e interagirem entre si. Que esta característica é fundamental para as empresas se desenvolverem de forma célere os seus negócios já não é novidade. Porém, um recente estudo da Accenture demonstra que as aplicações empresariais altamente interoperáveis ganham maior agilidade e alcançam um desempenho financeiro mais robusto. Segundo o relatório Value Untangled: Accelerating radical growth through interoperability, que teve por base entrevistas a mais de quatro mil empresários as organizações com elevada interoperabilidade – cerca de 34% das inquiridas – aumentaram as suas receitas seis vezes mais depressa do que as suas congéneres com baixa interoperabilidade. Estas empresas estão também melhor preparadas para crescerem em cerca de 5 pontos percentuais as suas receitas.
Este estudo, que incidiu sobre 19 indústrias num total de 23 países, apurou ainda que nos últimos dois anos uma em cada empresa inquirida adoptou novas tecnologias e transformou, assim, o seu negócio de forma mais rápida, sendo que 40% fez transformações em várias áreas de negócio ao mesmo tempo, tendo a interoperabilidade sido fundamental para o crescimento. As aplicações interoperáveis interagem em si facilmente, permitindo a partilha de dados, uma maior transparência e mais facilidade na intermediação entre colaboradores.
Para diminuir a transformação de anos para meses, ou mesmo dias, tudo tem de ser integrado e interoperável
Assim, as organizações com elevada interoperabilidade não só beneficiam de um desempenho financeiro mais robusto como ainda beneficiam de um acréscimo de 12 pontos percentuais de melhoria na sua cadeia de abastecimento, 16 pontos percentuais na melhoria da experiência do cliente e 12 pontos percentuais de maior sucesso no aumento da produtividade dos seus trabalhadores. As organizações que lideram estes processos conseguem aumentar em 2% a 4% os seus orçamentos em Tecnologias de Informação (TI). A maioria destas empresas têm cerca de 500 aplicações, sendo que 8% a 10% pretendem aumentar este número. Por outro lado, cerca de 66% das empresas inquiridas entendem que o número de aplicações e as complexidades técnicas associadas são uma barreira à interoperabilidade.
Emma McGuigan, senior managing director da Accenture e responsável de Entreprise & Industry Technologies disse, em comunicado, que “para diminuir a transformação de anos para meses, ou mesmo dias, tudo tem de ser integrado e interoperável. Uma em cada três empresas deu prioridade a este nível de agilidade e estão a libertar valor para ultrapassar os seus concorrentes no crescimento de receitas, eficiência e resiliência, utilizando a interoperabilidade para desencadear uma reinvenção total da empresa”.
O que fazer para melhorar a interoperabilidade
Este estudo aponta três ações que as empresas poderão desenvolver para conseguirem uma melhor interação entre os diversos sistemas. São eles:
Potenciar a cloud – A cloud é um facilitador de interoperabilidade e as empresas que o fizeram com sucesso começaram por colocar as aplicações existentes na cloud, investiram em novas e utilizam a cloud para ligar dados e experiências através das mesmas. Cerca de 72% das empresas com elevada/média interoperabilidade adotaram a cloud pública e já migraram 30% dos seus dados.
Utilizar tecnologia composta – A utilização de tecnologia composta – soluções comprovadas e repetíveis que podem ser configuradas com rapidez – dota as organizações de flexibilidade. Isto permite às empresas lidar melhor com os efeitos das perturbações com mudanças mais rápidas e mais baratas. Esta solução requer uma mudança da arquitetura tecnológica de peças estáticas e autónomas para uma de peças compostas.
Foco na colaboração – A interoperabilidade potencia uma colaboração significativa, permitindo que as pessoas trabalhem em conjunto para um objetivo comum. Esta cultura de colaboração vem do topo, sendo que, segundo a Accenture, cerca de 27% dos executivos consideram que a falta de colaboração entre funções empresariais são um desafio de topo causado pela baixa interoperabilidade.