Opinião

Employee engagement: um pilar estratégico para 2025

Leticia Gonzalbez

O envolvimento emocional dos colaboradores com as suas empresas — o chamado employee engagement —, deixou de ser uma simples tendência nos recursos humanos para se afirmar como um pilar estratégico em qualquer organização. Hoje, é um fator determinante para impulsionar a produtividade, a inovação e, sobretudo, a retenção de talento. Este conceito vai muito além da satisfação ou motivação no trabalho; trata-se de um vínculo emocional que inspira os colaboradores a darem o seu melhor, contribuírem para o sucesso coletivo e sentirem-se parte integrante da organização.

O employee engagement é um reflexo direto da cultura corporativa, dos valores e das relações humanas que moldam uma empresa, e acredito firmemente que será um dos temas centrais em 2025. Contudo, e apesar da sua inegável importância, medi-lo continua a ser um desafio para muitas organizações. E compreendo porquê. Como se pode quantificar algo tão subjetivo como o compromisso emocional de uma equipa?

Esta foi uma das questões abordadas na sexta edição do HR Talks, um evento onde tive o privilégio de participar, ao lado de mais de 650 profissionais de recursos humanos. Foi inspirador ouvir e trocar ideias com líderes de empresas como a Microsoft, Heura Foods e GB Foods, que partilharam as suas visões e experiências sobre o impacto do compromisso dos colaboradores nas suas organizações. No final, pudemos concluir que é cada vez mais importante investir em ferramentas capazes de quantificar este compromisso de forma eficaz.

Para tal, é essencial que as empresas disponham de ferramentas modernas que permitam medir, mas também melhorar continuamente o employee engagement. As tradicionais pesquisas anuais de satisfação já não são suficientes. É necessário monitorizar este indicador em tempo real e agir com base nos dados recolhidos. Só assim será possível identificar padrões, antecipar problemas e implementar mudanças que promovam um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Assim, o feedback regular e transparente desempenha um papel fundamental para identificar problemas específicos e implementar medidas corretivas antes que estes se agravem.

Os testemunhos das empresas presentes no evento também reforçaram esta visão: o employee engagement é uma construção diária. Exige esforço contínuo para garantir que os colaboradores se sintam valorizados e integrados num propósito maior.  Olhando para o futuro, as empresas que conseguirem medir, fomentar e investir no envolvimento dos seus colaboradores, serão aquelas que destacar-se-ão como líderes nos seus setores.

Outro ponto de destaque no evento foi o papel da liderança ativa e envolvente. Desde a pandemia, tornou-se ainda mais evidente que o principal papel dos líderes é fomentar um sentido de pertença e propósito nas equipas. São agentes de transformação, e, como tal, devem inspirar e promover um ambiente de trabalho inclusivo e autêntico. É uma espécie de ciclo virtuoso: se os líderes cuidarem dos seus colaboradores, criam as condições para que estes cuidem das empresas. E é este compromisso emocional que transforma uma organização num lugar onde as pessoas querem estar e crescer, potenciando o seu crescimento sustentável, sucesso e resiliência a longo prazo.

Num contexto em que a competição pelo talento é feroz e o ambiente empresarial está em constante transformação, fomentar esta cultura é mais do que uma vantagem competitiva; é uma necessidade estratégica. Na minha opinião, este será o diferencial das organizações que desejam prosperar em 2025 e nos anos seguintes.

No final, tudo se resume a isto: o employee engagement não é apenas mais um indicador de gestão; é a força que faz uma empresa prosperar. Este é o verdadeiro significado de uma cultura corporativa de sucesso.

Leticia Gonzalbez,
Chief Marketing & Communication Officer da Sesame

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