Até esta terça-feira, dia 14, data em que o Primeiro-ministro Luís Montenegro anunciou a localização do aeroporto em Alcochete, o contador da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) que avalia ao segundo quanto já se perdeu pela ausência de decisão apontava que o valor que o País já perdeu ascendia a 2.080 mil milhões de euros. O valor foi confirmado à FORBES por fonte da CTP.
Esta contagem feita pela entidade liderada por Francisco Calheiros começou a 14 de julho de 2022 altura em que foi colocado no site da Confederação um contador com esta missão. Em fevereiro do ano passado a CTP colocou uma réplica deste equipamento na 2ª Circular, junto ao Aeroporto Humberto Delgado para que ficasse visível aos milhares de condutores que entram e saem de Lisboa todos os dias. O objetivo era chamar à atenção para os custos associados a uma falta de decisão sobre uma nova infraestrutura aeroportuária.
Por isso, face ao anúncio de ontem, não é de estranhar que a CTP tenha emitido um comunicado em que aplaude a decisão anunciada pelo Governo “que confirma a escolha de Alcochete como localização do novo aeroporto internacional na região de Lisboa, sendo que avançarão obras para a expansão do aeroporto Humberto Delgado, tendo em conta o tempo que irá demorar a construção do novo aeroporto em Alcochete”.
O presidente da entidade que representa as empresas do turismo, Francisco Calheiros, citado no comunicado lembra que “a construção de um novo aeroporto na região de Lisboa tem sido uma exigência da CTP nos últimos anos, pelo que nos congratulamos pela decisão finalmente hoje anunciada”.
O presidente da CTP deixa ainda um alerta: “só espero que esta seja uma decisão definitiva e que não venha a ser colocada em causa por outros Governos, algo a que infelizmente já assistimos nos últimos anos”.
A CTP sublinha que o anúncio sobre a decisão da localização do novo aeroporto “é uma boa notícia, mas a Confederação do Turismo de Portugal não deixa de referir que a solução escolhida assenta numa infraestrutura inexistente, pelo que tudo aponta que Portugal ainda tenha de esperar mais do que uma década para ter um novo aeroporto a funcionar em pleno”.
Sobre a intenção de se avançar com obras no Aeroporto Humberto Delgado para aumentar a capacidade de resposta, Francisco Calheiros realça que “a CTP necessita de ter mais detalhes sobre esta decisão. Mas tenho de referir que sempre se afirmou que não era possível aumentar a capacidade do atual aeroporto de Lisboa. Se afinal tal é possível, porque não se fez antes? Nesta altura já poderíamos ter aumentado os slots disponíveis e o movimento de passageiros no aeroporto Humberto Delgado, bem assim como receita entretanto perdida”.