Elvira Fortunato é uma das mais conceituadas e premiadas investigadoras portuguesas. Especializada em engenharia dos materiais desenvolveu, com o seu marido Rodrigo Martins, também ele cientista, o primeiro transístor em papel, uma descoberta revolucionária para o mundo dos negócios. Seguiram-se outras invenções, como a nanotecnologia aplicada, além do papel, ao vidro, ao plástico, de modo que cada um destes materiais possa ser transformado num ecrã, tecnologia que tem impacto directo nas empresas. A investigação que lidera é desenvolvida no Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) do Laboratório Associado i3N, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, em Almada. A revista Forbes Portugal volta a colocá-la na lista das portuguesas Mais Poderosas nos Negócios, este ano na 33ª posição do ranking de 2025, com uma avaliação total de 68,5 pontos (metodologia usada em baixo).
Elvira Fortunato continua a estar presente no ranking das portuguesas Mais Poderosas nos Negócios. Em 2025 conquistou a 33ª posição da lista, com uma avaliação total de 68,5 pontos.
Nascida em Almada, Elvira Fortunato licenciou-se em Engenharia dos Materiais, precisamente na Faculdade onde hoje desenvolve a sua investigação. Esteve como vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa entre 2017 e 2022. Apesar de não fazer carreira no mundo da política, esta cientista esteve como ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior entre 2022 e 2024. Com quase mil artigos científicos publicados, recebeu mais de 50 prémios e distinções internacionais. Em 2020, por exemplo, recebeu o Prémio Pessoa, e no mesmo ano o maior prémio internacional de Engenharia, o WFEO GREE Award Women 2020, destinado a distinguir o trabalho de mulheres engenheiras em todo o mundo.
Em 2022, integrou o grupo das 27 Mulheres Europeias Inspiradoras, eleitas pela atual Presidência francesa da União Europeia. No mesmo ano, foi selecionada como uma das 20 inventoras europeias pela ThinkYoung num projeto de investigação e divulgação desenvolvido pela Comissão Europeia em parceria com a Ericsson.
A investigadora é pioneira na investigação europeia sobre eletrónica transparente utilizando materiais sustentáveis e tecnologias ecológicas. Em 2008, o Conselho Europeu de Investigação (ERC) atribuiu-lhe uma bolsa, no valor de 2,5 milhões de euros, para a criação de um laboratório que investigasse materiais eletrónicos em nanoescala, e posteriormente recebeu uma segunda bolsa da mesma entidade no valor de 3,5 milhões de euros, o maior montante alguma vez dado a um investigador em Portugal.
Metodologia do ranking as 50 Mulheres Mais Poderosas nos Negócios
O ranking das mulheres portuguesas com mais poder nos negócios, dentro e fora de fronteiras, é elaborado com base numa avaliação de centenas de empresas das quais são retirados mais os nomes de CEO, diretoras-gerais, administradoras, acionistas e empreendedoras. A Forbes Portugal analisou mais de 150 nomes para poder pontuar e chegar assim a uma lista final. No caso de empate, foram atribuídos meios pontos, ou subindo ou descendo em comparação com as pares.
A Forbes Portugal analisou mais de 150 nomes para poder pontuar e chegar assim a uma lista final.
A avaliação é feita com base em cinco critérios, pontuados de zero a 20: Fortuna, pessoal ou familiar; Poder de Decisão – se é CEO, presidente do Conselho de Administração, administradora ou acionista -; Poder de Influência, ou seja a sua projeção fora da empresa, seja em programas de responsabilidade social e cívica em que se envolve, seja associações em que participa, artigos que escreve e participação ativa nas redes sociais (sobretudo Linkedin); Dimensão do negócio – se são grandes negócios internacionais, em que países estão presentes, qual a área geográfica de ação; e, por fim, pelo seu Empreendedorismo, se apenas fez carreira numa área, ou se envolveu na criação de empresas.
