A aliança de esquerda Nova Frente Popular, uma coligação formada por socialistas, comunistas e verdes, venceu as eleições legislativas francesas, naquela que foi uma reviravolta surpreendente, mas, ainda assim, não obteve a maioria absoluta.
Segundo a Euronews, a nova força política, liderada por Jean-Luc Mélenchon, deverá conquistar entre 172 e 192 dos 577 deputados do hemiciclo, previsões avançadas pela Ipsos. Já os democratas liberais centristas, do partido de Emmamnuel Macron, deverão alcançar entre 150 e 170 lugares. Em terceiro lugar deverá fica o partido de extrema direita liderado por Marine Le Penm e Jordan Bardella conquistando entre 132 e 152 lugares. Na primeira volta, em 30 de junho, o partido de extrema-direita conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que a França elegeu a sua Assembleia Nacional pela última vez, em 2022.
Segundo a agência Lusa, a líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen afirmou hoje que a vitória ficou “apenas adiada”, depois das projeções apontarem o seu partido, a União Nacional, no terceiro lugar, atrás da aliança de esquerda e do bloco do Presidente.
“A maré está a subir. Desta vez não subiu suficientemente alto, mas continua a subir. E, por isso, a nossa vitória só tarda”, declarou a líder no canal privado TF1.
“Tenho demasiada experiência para ficar desiludida com um resultado em que duplicamos o nosso número de deputados”, segundo a dirigente, comentando as projeções divulgadas após o fecho das urnas.
O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, afirmou que tenciona demitir-se depois de a coligação de esquerda surgir nas projeções como vencedora na segunda volta das eleições legislativas.
“Entregarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã (segunda-feira) de manhã”, anunciou Gabriel Attal, afirmando que poderá permanecer no cargo “enquanto o dever o exigir”, nomeadamente no contexto dos Jogos Olímpicos que o país se prepara para acolher.